PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Pesquisar
Close this search box.

‘Mil faces de um homem leal’: 55 anos da morte de Carlos Marighella

Considerado como o principal inimigo da ditadura, Carlos Marighella protagonizou uma das maiores resistências contra o regime militar no Brasil
A imagem mostra Carlos Augusto Marighella, militante morto por agentes do DOPS em 1969.

Foto: Reprodução / Memorial da Resistência

4 de novembro de 2024

Na noite de 4 de novembro de 1969 morria Carlos Augusto Marighella, considerado como um dos maiores nomes da resistência contra o regime militar. Na época, o ex-deputado baiano foi alvo de uma emboscada e assassinado pelo Departamento de Ordem e Política e Social (DOPS).

Marighella, considerado como inimigo número um pelos agentes da ditadura, hoje é celebrado por muitos como uma figura heroica nacional que simboliza a defesa pela democracia e a soberania popular. 

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

O homem que se definia como mulato baiano iniciou seus estudos na Escola de Politécnica da Bahia, posto que abandonou para dedicar-se à atividade política no Partido Comunista do Brasil (PCB). Sua primeira prisão política ocorreu em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, ao criticar o interventor Juracy Magalhães em um poema.

Os anos seguintes foram marcados por mais uma prisão, onde foi torturado e mantido preso até 1945. Apesar de se eleger como deputado pelo PCB baiano no ano seguinte, Marighella perdeu o mandato ao ter os direitos políticos cassados pelo governo Dutra, ação que se estendeu a todos os filiados a partidos comunistas. 

Já no período da ditadura, o militante foi preso e baleado em maio de 1964, durante a prisão realizada pelo DOPS em um cinema no Rio de Janeiro. Liberado um ano depois, Marighella se aproximou da luta armada contra os militares e, em 1967, foi expulso do PCD.

Junto a outros dissidentes do partido, o ex-deputado fundou a Ação Libertadora NAcional (ALN), organização que utilizava técnicas de guerrilha urbana e resistência armada contra a tirania militar. Na ALN, ele participou do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em 1969, em ação conjunta com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). 

Entre a imagem de mártir e mito, sobram centenas de adjetivos contemplam as “mil faces do homem leal”. Marighella foi um homem negro, poeta, capoeirista, pai, escritor, político, comunista e subversivo. E, especialmente no aniversário de seu falecimento, é importante ressaltar que a democracia que hoje o saúda é a mesma que ele ajudou a solidificar.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano