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Ministério Público pede anulação de concessão de mineradora canadense no Pará

Belo Sun pretende minerar 60 toneladas de ouro em área onde vivem mais de 900 pessoas
Bacia do Rio Xingu, no município de Altamira (PA)

Foto: Carlos Fabal / AFP

7 de fevereiro de 2024

O Ministério Público Federal (MPF), junto ao Ministério Público do Pará (MP-PA), pediu a anulação do Contrato de Concessão de Uso (CCU) da mineradora canadense Belo Sun. O pedido foi feito através da Procuradoria da República no município de Altamira, no Pará.

Com o projeto Volta Grande, a Belo Sun pretende extrair 5 toneladas de ouro em 12 anos na região do Xingu, que totaliza 60 toneladas do mineral. O empreendimento detêm um investimento de R$ 1,22 bilhão do grupo financeiro Forbes & Manhattan, do Canadá.

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No local há um assentamento e cinco outras comunidades, onde residem 977 pessoas. O MPF acusa a empresa de apropriação indevida de áreas que correspondem a quase 60% do território ocupado pelo empreendimento.

O pedido reforça que as famílias ocupantes da região possam se manifestar antes de qualquer ato de concessão para exploração da área.

A ação proposta pela Defensoria Pública da União e a Defensoria Pública do Pará solicita que seja anulada a licença de instalação da mineradora, além de reconhecer a impossibilidade de licenciamento ambiental ou qualquer outra licença, até que se comprove a posse regular das áreas onde a empresa pretende explorar.

A liberação para o uso da área de 2.428 hectares no Xingu foi concedida em 2021, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), e autoriza a empresa a minerar ouro na região. Em 2022, uma ação civil foi proposta pelas defensorias após irregularidades no contrato com o governo federal.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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