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Morre Marielle Ramires, jornalista e cofundadora do Mídia Ninja

Jornalista cuiabana foi referência no ativismo digital, cultural e ambiental no Brasil
Marielle Ramires, mulher negra, durante uma palestra.

Marielle Ramires, mulher negra, durante uma palestra.

— Reprodução/Redes Sociais

1 de maio de 2025

A jornalista e ativista Marielle Ramires morreu na última terça-feira (29), em São Paulo. A informação foi confirmada por familiares e pelo coletivo Mídia Ninja, do qual foi uma das fundadoras.

Natural de Cuiabá (MT), Marielle teve atuação destacada no campo da comunicação independente, articulando projetos como o Fora do Eixo, a Casa Ninja Amazônia e o PlanetaElla. 

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Em sua trajetória, a jornalista se dedicou à defesa de causas sociais, ambientais, dos povos indígenas e da justiça climática, sempre com foco no fortalecimento das mulheres em espaços de decisão.

Ativismo e legado

Desde a criação do Mídia Ninja, Marielle foi uma das lideranças responsáveis pela estruturação do coletivo, que se consolidou como um dos principais veículos de ativismo e cultura digital no país. Ela também participou da articulação de redes de resistência e apoio a movimentos sociais, sobretudo nos territórios indígenas e amazônicos.

Durante o tratamento de um câncer, em dezembro de 2024, Marielle escreveu sobre sua experiência com a doença nas redes sociais, relatando os desafios enfrentados e a busca por serenidade.

Sua atuação, muitas vezes nos bastidores, foi reconhecida por companheiros de luta e admiradores. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, anunciou presença no velório em Cuiabá. O ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira, declarou que Marielle “combinava doçura e firmeza, serenidade e sentimento de urgência” e que seu compromisso com as causas sociais era inspirador. 

A jornalista e ex-deputada Manuela d’Ávila também prestou homenagem em suas redes, lembrando a influência de Marielle no pensamento coletivo de outras mulheres sobre possibilidades de transformação social.

Reconhecimento coletivo

O perfil oficial da Mídia Ninja publicou nota destacando sua importância desde os primeiros passos do coletivo. “Ela partiu da mesma forma que viveu: lutando e inspirando, com fé até o último momento.” O texto também relembrou sua participação em múltiplas frentes de mobilização, afirmando que seu legado segue vivo e necessário.

A irmã de Marielle, Marcelle Ramires, compartilhou a dor da perda e o orgulho pela trajetória da jornalista, ressaltando sua grandeza e compromisso com a construção de um mundo melhor.

O corpo de Marielle será velado em São Paulo, onde residia, e posteriormente levado para Cuiabá, sua cidade natal.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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