O fotojornalista sul-africano Peter Magubane, reconhecido como um dos principais cronistas da violência racista do regime de apartheid na África do Sul, faleceu aos 91 anos nesta segunda-feira (1), conforme anunciado por sua família.
O órgão representativo da imprensa sul-africana, SANEF, destacou que Magubane partiu em paz e cercado por seus familiares. Nos anos 1990, o profissional negro desempenhou o papel de fotógrafo oficial de Nelson Mandela, após a libertação do ícone da luta contra o apartheid, que mais tarde se tornou o primeiro presidente negro do país em 1994.
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“A África do Sul perde um combatente pela liberdade, um cronista e fotógrafo sem igual”, afirmou o ministro da Cultura, Zizi Kodwa, em publicação nas redes sociais. A autoridade elogiou a coragem de Magubane ao documentar sem receios as injustiças do apartheid.
O ministro também relembrou em uma publicação que, ao celebrar os 30 anos de liberdade da África do Sul, é importante lembrar e celebrar pessoas, como Magubane, que desempenharam um papel importante na luta contra o regime segregacionista.
Uma das imagens mais marcantes capturadas por Magubane remonta a 1956, retratando uma menina branca sentada em um banco com um cartaz que indicava “reservado aos europeus”, enquanto sua babá negra ocupava o banco ao lado.
Ao longo de sua carreira, Magubane enfrentou períodos de prisão por fotografar manifestações em frente a presídios e por desobedecer ordens judiciais que proibiam a continuidade de seu trabalho.
O legado do fotojornalista inclui a publicação de uma quinzena de livros, muitos dos quais foram censurados durante os anos do apartheid, que perdurou de 1948 até o início da década de 1990.