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Movimento negro articula marcha do 20 de Novembro

1 de novembro de 2018

Ativistas que participam da organização do ato acreditam que a marcha deste ano tem importância histórica, por conta dos 130 anos da abolição da escravatura, e atual, devido ao fortalecimento do fascismo e do projeto genocida no país

Texto / Pedro Borges
Foto / Solon Neto

O movimento negro organiza a 15° edição da Marcha da Consciência Negra, que ocorre no dia 20 de Novembro, feriado na cidade de São Paulo, quando se recorda a memória de Zumbi dos Palmares.

Em 2018, a manifestação ganha caráter especial, porque em 13 de maio deste ano, completou-se 130 anos da abolição da escravatura. A data também marca a recente vitória de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência da república, figura detentora de um discurso ofensivo à comunidade negra, e defensora da retirada de direitos, que devem atingir de maneira mais sensível os afrodescendentes.

“Esse ato precisa ter esse caráter de associar toda a luta histórica que tivemos, para pensar numa emancipação de fato da população negra, junto da conjuntura que a gente vive hoje”, afirma Pedro Pera, integrante da coordenação municipal e do setorial de negros do Levante Popular da Juventude.

O ativista acredita que o momento político em que vivemos é árduo e que a Marcha da Consciência Negra pode ajudar na articulação de diversos setores da luta antirracista.

“O 20 de Novembro, assim como precisa assumir esse caráter histórico, tem de estar na rua, falando com o povo. Assim como em diversos momentos foi difícil, só existe uma resposta, se organizar”.

Em entrevista dada em 14 de Dezembro de 2017, Jair Bolsonaro anunciou que dará carta branca para o policial matar, e que um policial que, depois de atacado, não atira nos outros não exerce a profissão.

O agora governador de São Paulo, João Dória (PSDB), seguiu o coro e afirmou que a partir de janeiro de 2019, quando inicia seu mandato, o policial no estado vai atirar para matar. Também prometeu, depois de eleito, oferecer os “melhores advogados” para os policiais que matarem suspeitos e forem denunciados.

Cleiton Ferreira, integrante do Quilombaque, acredita que a marcha também tem a missão de organizar a comunidade negra em defesa do direito à vida, principalmente no momento atual.

“Os caras estão com a arma na mão e a mira na gente. Se nós não nos organizarmos, a gente não vai vencer essa, não vamos segurar não. Os caras vão atropelar”.

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