Texto de chamado descreve a morte de Marielle Franco como parte do processo de genocídio negro. Ativistas convocam a comunidade negra a se vestir de preto no ato da Avenida Paulista
Texto / Pedro Borges
Imagem / Vinicius Martins
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Ativistas do movimento anti-racista organizam uma frente negra para participar do ato em memória à Marielle Franco, que acontece no dia 18 de Março, domingo, das 14h às 17h, na Avenida Paulista, São Paulo.
Os manifestantes destacam a morte da ex-vereadora do Rio de Janeiro como parte do processo de genocídio negro.
“O assassinato de Marielle Franco representa não só o silenciamento de uma mulher que dedicou sua vida à luta das mulheres, dos negros, LGBTTS e dos mais pobres. Sua morte é também resultado do projeto de genocídio e extermínio da população negra”, descreve o chamado.
Para a marcha de amanhã, os ativistas também convocam a comunidade negra a se vestir de preto, em homenagem à Marielle Franco.
“Convocamos à todos que enxergam que o ataque a essa e a outras vidas, que nos últimos anos têm engrossado os obituários da chamada Guerra asDrogas, a formar um potente e combativo bloco negro, autônomo e insubmisso no próximo ato em memória de Marielle Franco e todas as vidas pobres e negras perdidas para esse Estado assassino”, destacam os manifestantes.
O caso
No dia 14 de março, Marielle Franco, 38 anos, foi assassinada a tiros no bairro Estácio, no centro do Rio de Janeiro. O motorista Anderson Pedro M. Gomes, de 39 anos, que dirigia o veículo também morreu vítima das balas. Marielle voltava do evento “Jovens Negras Movendo Estruturas”, que ocorreu na Rua dos Inválidos, 122, na Lapa, com o motorista e uma assessora.
Foram nove disparos contra o carro, dos quais quatro acertaram a vereadora, três na cabeça e um no pescoço; o motorista, Anderson, morreu com três tiros nas costas. A assessora não foi atingida pelos disparos e está no hospital por conta dos estilhaços dos vidros quebrados que voaram nela. Nada foi levado do carro ou dos passageiros.