Aula pública reuniu mais de mil pessoas, incluindo lideranças políticas negras, para articular formas de vencer Jair Bolsonaro (PSL) e o avanço do conservadorismo no país
Texto / Pedro Borges
Imagem / Pedro Borges
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A aula pública “No país da escravidão, de que fascismo falamos?” reuniu cerca de mil pessoas no Teatro Oficina, região central de São Paulo, para traçar estratégias de luta contra o avanço do fascismo e a candidatura à presidência de Jair Bolsonaro (PSL). O encontro ocorreu no dia 18 de Outubro, quinta-feira, e foi organizado pela Uneafro Brasil, Aparelha Luzia e Núcleo de Consciência Negra (USP).
O evento contou com a participação de Maria José Menezes, Núcleo de Consciência Negra (USP), Leci Brandão, deputada estadual (PC do B-SP), Erica Malunguinho, deputada estadual (PSOL-SP), Andreia de Jesus, deputada estadual (PSOL-MG), e Douglas Belchior, coordenador da Uneafro Brasil.
Ato reuniu mais de mil pessoas no Teatro Oficina (Foto: Pedro Borges/Alma Preta)
Durante a atividade, ressaltou-se a importância de lutar pela mudança de votos de Jair Bolsonaro (PSL) para Fernando Haddad (PT). De acordo com os participantes, a vitória do capitão do exército representaria uma grande derrota para a comunidade negra no país.
Independente do resultado do segundo turno, no dia 28 de Outubro, domingo, haverá uma nova reunião do movimento negro em São Paulo para traçar estratégias de resistência. Entende-se que, mesmo com a vitória de Fernando Haddad, o fascismo e o conservadorismo continuarão presentes no cotidiano.
Douglas Belchior acredita que apesar do fortalecimento do fascismo, é preciso reconhecer o crescimento do movimento negro como ator político no campo popular.
“Se é verdade que o fascismo brota nas esquinas, a resistência antirracista, o movimento negro organizado está mais forte do que nunca. Hoje foi mais uma demonstração e a gente tem construído isso no cotidiano. Não é uma coisa do agora”.
Deputadas estaduais Erica Malunguinho, Leci Brandão e Andreia de Jesus marcaram presença (Foto: Pedro Borges/Alma Preta)
Maria José Menezes também destacou a presença do público como sinal de que o movimento negro está organizado para enfrentar o avanço do conservadorismo.
“O movimento negro está fortalecido. Nós organizamos essa atividade em menos de uma semana. E as pessoas responderam o nosso chamado. Isso é algo muito importante. Não tem volta. O movimento negro progressista está em alta e nós vamos permanecer em alta. Nós estamos conseguindo de fato agregar setores, ativistas, a população negra em geral”, conclui.