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MPRJ denuncia torcedores do Botafogo por racismo durante partida contra o Palmeiras

Ações discriminatórias, incluindo insultos racistas e gestos ofensivos, levaram o Ministério Público do Rio de Janeiro a formalizar denúncia contra os envolvidos
Imagem do torcedor do Botafogo fazendo gestos racistas durante uma partida do clube carioca contra o Palmeiras, em agosto deste ano.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

19 de dezembro de 2024

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou denúncia contra dois torcedores do Botafogo acusados de praticar racismo durante a partida entre Botafogo e Palmeiras, realizada no dia 14 de agosto no estádio Nilton Santos (Engenhão). 

A denúncia, divulgada na quarta-feira (18), detalha atos discriminatórios contra torcedores adversários, incluindo insultos verbais e gestos que buscavam animalizar as vítimas.

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Segundo a acusação, um dos torcedores proferiu repetidas vezes a palavra “macaco”, enquanto o outro simulou movimentos de um macaco e esfregou o dedo indicador no antebraço em referência à cor da pele das vítimas. 

Para o promotor de Justiça Alexandre Themístocles, os atos revelam uma intenção clara de inferiorizar pessoas negras

“A repetição dos insultos reforçou uma dinâmica social de subalternidade imposta aos negros. Além de expressar preconceito e discriminação, as ofensas buscaram recriar uma realidade de inferiorização, deslegitimando a presença das vítimas em espaços esportivos abertos ao público”, disse o promotor em comunicado.

O clube também foi punido em setembro pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) com uma multa de 60 mil dólares (aproximadamente R$ 330 mil). A Conmebol também exigiu que o Botafogo implementasse ações de combate ao racismo em seus próximos jogos e obrigou o time a exibir uma faixa com a mensagem “Basta de Racismo”, tanto no início de jogo, como nas redes sociais.

Reação do Botafogo

Na ocasião, o Botafogo reagiu publicamente aos atos de racismo. Em nota oficial, o clube classificou o episódio como uma “vergonha” e garantiu que os envolvidos seriam exemplarmente punidos.

O sistema de biometria facial instalado no estádio possibilitou a rápida identificação de um dos torcedores, Vinícius Ramos, que foi banido do Nilton Santos e teve suas informações encaminhadas à Polícia Civil.

Na nota, o clube reafirmou seu compromisso com o combate ao racismo. “Racismo é crime — e um crime sem perdão. O Botafogo está comprometido em combater de forma ativa este mal e não medirá esforços para garantir que tais atos não tenham lugar no esporte e na sociedade como um todo”.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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