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Mulheres negras são 3% dos docentes de Matemática do país

minidoc

24 de outubro de 2018

Documentário “Potência N” mostra baixa presença de negras na Matemática e mobilização contra racismo na academia 


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/Divulgação

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Imagem/Reprodução

Diante de barreiras maiores para acessar a academia, as mulheres negras não chegam a 3% do total de docentes no Brasil . Nesse contexto, pesquisadoras e professoras negras da Matemática, campo historicamente masculino e branco, lutam para permanecer e avançar na carreira, ao mesmo tempo em que levantam a voz contra o racismo e o machismo institucionais. O minidoc é a segunda produção do selo com foco em ciência e gênero e realizada pela Gênero e Número, com apoio do Instituto Serrapilheira.

Com dados e relatos de acadêmicas de diferentes partes do país, além de vozes de pesquisadoras da África e América do Sul, o minidocumentário “Potência N” destaca a produção acadêmica dessas mulheres e traz a perspectiva delas sobre a falta de referências negras no meio acadêmico e a importância de políticas públicas inclusivas, como a de cotas raciais.

Ao acompanhar um grupo de 20 mulheres negras brasileiras no maior congresso de Matemática do mundo, o International Congress of Mathematicians (ICM), este ano realizado em agosto no Rio de Janeiro, o documentário revela uma incipiente, mas importante mobilização das pesquisadoras no debate sobre gênero e raça dentro da academia. Um dia antes do congresso, mulheres pesquisadoras de todo o mundo se reuniram num dos  eventos que antecederam o grande congresso, o World Meeting for Woman in Mathematics (WM) 2 para apresentar trabalhos e compartilhar experiências em defesa da equidade de gênero na área.

Hoje, as mulheres pretas com doutorado somam apenas 0,4% do corpo docente na pós-graduação em todo o país. Representante dessa minoria, a professora da UFBA Manuela Souza, personagem de “Potência N”, atualmente inicia seu segundo pós-doutorado em Álgebra na UNICAMP. “Quando você vai ascendendo, fazendo mestrado e doutorado, você passa a se ver cada vez menos. As minhas referências (na academia) eram homens brancos, certamente”, afirma a pesquisadora baiana.

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