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Na pandemia, racismo no futebol migrou para a internet

Em sete anos foram contabilizados 265 ataques racistas no futebol brasileiro. Em 2020, ano sem torcida e com pandemia, 32,2% dos casos de racismo registrados aconteceram na internet

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: ODRF/Divulgação

treinador Roger Machado na campanha contra o racismo

8 de outubro de 2021

Nesta sexta-feira, 8 de outubro, foi divulgado o relatório anual sobre racismo e discriminação nos esportes feito pelo Observatório da Discriminação Racial do Futebol com base nos dados de 2020. O levantamento aponta um total de 76 casos de preconceito.

No futebol, especificamente, foram 31 casos de racismo no ano passado. Desde 2014, quando a Fifa realizou a Copa do Mundo no Brasil, aconteceram 265 casos de racismo no futebol do país. Comparado com 2019, quando foram 67 casos de racismo no futebol, os dados de 2020 apresentam uma queda acentuada.

“Não foi por conta de campanha ou ação de conscientização contra o racismo. Houve queda porque foram três meses sem futebol e torcida nos estádios. Mesmo assim o número foi alto, 31 sendo que dez deles foram na internet”, diz Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial do Futebol.

Segundo o observatório, aconteceram também 10 casos de machismo, 12 de LGTBfobia e quatro de xenofobia no futebol brasileiro no ano passado. O resultado apontado no relatório vai em caminho oposto ao movimento global nos esportes contra a discriminação.

“O ano de 2020 foi marcado pela luta contra o racismo e o ‘Black Lives Matter’. Os protestos aconteceram no mundo todo, mas no Brasil, assustadoramente, não tivemos essa conscientização”, disse Carvalho.

Em junho de 2020, o treinador do Bahia, Roger Machado, declarou que o futebol brasileiro é racista e impõe barreiras invisiveis para os negros.

De acordo com o diretor do observatório, o futebol brasileiro por ser um esporte de visibilidade e com destaque positivo de mulheres e homens negros, deveria ser um catalisador da luta pelo fim do racismo na sociedade.

“O Brasil a maioria da população é negra, porém, é o país que silenciou durante o movimento mundial contra o racismo”, pondera Carvalho.

A elaboração do relatório levou em conta apenas os casos confirmados de racismo e que foram tema de reportagens ou de algum tipo de repercussão midiática. Carvalho reconhece que a dimensão do racismo no futebol é bem maior que o resultado apresentado no estudo.

Entre 2014 e 2020, os anos com mais casos de racismo nos estádios brasileiros foram 2019 (67 casos), 2018 (44 casos) e 2017 (43 casos).

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