Vídeos mostram o momento em que as vítimas, de 18 e 20 anos, foram abordadas pelos policiais militares, que estão presos; imagens contradizem a versão dos PMs
Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Acervo Pessoal
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O cabo Julio Cesar e o soldado Jorge Luiz, ambos da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foram presos pela Polícia Civil acusados de executar os jovens negros Edson Aguinez, de 20 anos, e Jorge Luiz, de 18 anos, no sábado (12), em Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ).
De acordo com a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, as armas dos dois policiais foram apreendidas para perícia técnica. Vídeos divulgados no programa Fantástico, da Rede Globo, contradizem a versão dos policiais presos.
Nas imagens, os jovens passam de moto e um dos policiais atira e derruba os dois. No chão, um policial dá um chute nas costas de um dos rapazes, que usava camiseta vermelha e bermuda branca. O PM leva um dos baleados, de camisa azul e que dirigia a moto, para o outro lado da rua, enquanto a outra vítima se arrasta na rua.
Também é possível ver quando os policiais algemam os dois, colocam na viatura e vão embora. Os corpos dos dois rapazes foram encontrados perto de um matagal.
A versão dos policiais é a de que os dois jovens caíram após perder o controle da moto e que não houve nenhum disparo. Ainda segundo o relato dos policiais acusados do duplo homicídio, as vítimas tinham sido liberadas com vida, após cerca de 40 minutos, porque nem eles e nem a moto “tinham problema”.
Jordan e Edson voltavam de um churrasco no momento em que foram mortos. As famílias os enterraram na tarde desta segunda-feira (14) A família identificou Edson como o rapaz de camisa azul e bermuda jeans e Jordan o de camisa vermelha e bermuda branca.
Em nota, a Secretaria de Estado da Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que, após ter acesso às imagens, os PMs presos tiveram uma conduta “não condizente com os padrões da instituição”.