Um dos principais nomes na arte das tranças e turbantes na Bahia e Brasil, Valdemira Telma de Jesus Sacramento, mais conhecida como Negra Jhô, foi reconhecida com o título ‘Honoris Causa’ pela Ordem dos Capelães do Brasil.
A honraria reconhece a multiartista como responsável por manter a tradição ancestral africana na Bahia. A titulação foi concedida na segunda-feira (31).
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Mulher preta e do candomblé, Jhô é Ya Dagan (posto religioso) do Terreiro Ilê Asé Odé Lêssy. Nas redes sociais, ela comemorou a honraria que destaca a sua atuação religiosa e a reconhece como capelã, liderança religiosa que presta assistência e acolhimento espiritual.
“Filha de Ogum e Iansã, Negra Jhô segue aquecendo a tradição dos seus Ancestrais, que aos olhos da instituição, sua liderança religiosa, sobretudo, sua capacidade de compreender o problema de outrem, e sua predisposição em acompanhar e aconselhar o cidadão em momentos difíceis, a torna uma Capelã”, escreveu nas redes sociais.
Negra Jhô também é uma das expoentes da emancipação da identidade negra em Salvador. Com um estúdio no Pelourinho, Jhô contribui, desde os anos 70, para o movimento do empoderamento crespo, da estética e ancestralidade negra. A multiartista é uma referência nacional e internacional.
A titulação também destaca a atuação de Negra Jhô à frente do Instituto Kimundo, organização que mantém e preserva a cultura africana através de atividades que valorizam a autoestima e beleza da mulher negra a partir das tranças, turbantes, torços e indumentárias.
Dentre as atividades, o Instituto promove oficinas para crianças e adolescentes, com objetivo de fortalecer a autoestima negra durante o desenvolvimento das crianças.
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