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Negras recebem 54% a menos do que homens no audiovisual nacional, aponta pesquisa

Levantamento da ONU Mulheres indica que mulheres negras recebem quase metade da remuneração masculina no setor audiovisual brasileiro
A foto mostra duas mulheres negras operando uma câmera.

A foto mostra duas mulheres negras operando uma câmera.

— Reprodução / Nappy

19 de maio de 2025

Segundo uma pesquisa realizada pela ONU Mulheres Brasil, as mulheres negras do setor audiovisual brasileiro recebem quase metade da média de remuneração paga aos homens. O material foi divulgado pelo Brasil de Fato, nesta segunda-feira (19).

O levantamento inédito será oficialmente apresentado na Marché du Film 2025, encontro internacional de cineastas e profissionais do cinema que ocorre em Cannes, na França, entre os dias 13 e 21 de maio. 

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O estudo indica uma renda média mensal de R$ 24.368,42 para os profissionais homens. As mulheres, em geral, receberam cerca de R$ 18.652,54 ao mês, valor que equivale a 76% da remuneração masculina.

Ao considerar a média mensal paga às mulheres negras (R$ 13.187,50), o percentual cai para 54% do montante recebido pelos homens. Em relação à média paga às brancas, a diferença foi de 29,29%.

Em parceria com a startup de pesquisas Diversitera, a pesquisa identificou 88 produções audiovisuais nacionais realizadas entre 2018 e 2022, com quatro grandes produtoras do país, para analisar o perfil dos profissionais envolvidos nas obras.

No período analisado, as mulheres representaram 48% dos cargos técnicos, o que não significa que possuam as mesmas condições de trabalho ou acesso a posições estratégicas. Mesmo representando 57% das pessoas com graduação e 67% das com pós-graduação, as mulheres são as mais sub-representadas nas funções de liderança, e recebem as menores remunerações.

A pesquisa indicou que não houve profissionais negros nas funções de direção de som, fotografia, produção e arte. Além da disparidade salarial, 45,5% das pessoas negras declararam insatisfação com os créditos recebidos pelas obras que realizaram.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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