Segundo uma pesquisa realizada pela ONU Mulheres Brasil, as mulheres negras do setor audiovisual brasileiro recebem quase metade da média de remuneração paga aos homens. O material foi divulgado pelo Brasil de Fato, nesta segunda-feira (19).
O levantamento inédito será oficialmente apresentado na Marché du Film 2025, encontro internacional de cineastas e profissionais do cinema que ocorre em Cannes, na França, entre os dias 13 e 21 de maio.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
O estudo indica uma renda média mensal de R$ 24.368,42 para os profissionais homens. As mulheres, em geral, receberam cerca de R$ 18.652,54 ao mês, valor que equivale a 76% da remuneração masculina.
Ao considerar a média mensal paga às mulheres negras (R$ 13.187,50), o percentual cai para 54% do montante recebido pelos homens. Em relação à média paga às brancas, a diferença foi de 29,29%.
Em parceria com a startup de pesquisas Diversitera, a pesquisa identificou 88 produções audiovisuais nacionais realizadas entre 2018 e 2022, com quatro grandes produtoras do país, para analisar o perfil dos profissionais envolvidos nas obras.
No período analisado, as mulheres representaram 48% dos cargos técnicos, o que não significa que possuam as mesmas condições de trabalho ou acesso a posições estratégicas. Mesmo representando 57% das pessoas com graduação e 67% das com pós-graduação, as mulheres são as mais sub-representadas nas funções de liderança, e recebem as menores remunerações.
A pesquisa indicou que não houve profissionais negros nas funções de direção de som, fotografia, produção e arte. Além da disparidade salarial, 45,5% das pessoas negras declararam insatisfação com os créditos recebidos pelas obras que realizaram.