Uma nova colaboradora está a postos para produzir conteúdo acessível para os leitores com deficiência auditiva e visual na Alma Preta Jornalismo. A partir desta semana, a intérprete de Língua Brasileira de Sinais, Maya, entrou em ação para traduzir as reportagens diárias publicadas no portal da agência. Além dela, uma ferramenta de leitura em áudio também está disponível na barra lateral promovendo a maior acessibilidade sobre assuntos que precisam chegar a cada vez mais pessoas.
De acordo com o estudo do Instituto Locomotiva, no Brasil, 10,7 milhões de pessoas possuem alguma deficiência auditiva. Desse total, 2,3 milhões têm deficiência severa (15% já nasceram surdos). Outros dados da Hand Talk, responsável pela criação da persoangem Maya, mostram que, apesar do contingente elevado, apenas 1% dos portais do país são acessíveis. Um cenário que negligencia uma parcela da sociedade que acaba ficando à margem de informações importantes sobre direitos e políticas públicas que também impactam diretamente nas suas vidas.
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“Esses recursos não são apenas importantes, como necessários”. A observação é de Adriano Smoke, que atua com o Desenvolvimento e Tecnologia da Informação da Alma Preta. Com pelo menos 20 anos de experiência no mercado, ele tem acompanhado os avanços no campo da acessibilidade virtual e reforça: “Não basta oferecer um site que tenha esse tipo de ferramenta, pois a inclusão vai além. Criar conteúdos exclusivos sobre essa temática é um fator importante também, pois quanto a essa questão, somos nós quem estamos cegos e que não enxergamos essa parcela da população, que é invisibilizada”.
Da mesma forma que um cadeirante precisa de uma rampa de acesso na rua e uma pessoa com deficiência visual precisa de sinais sonoros, esses grupos também precisam contar com ferramentas que promovam acessibilidade digital. O avanço das tecnologias possibilitaram a proliferação de conteúdos de interesse público que, muitas vezes, acabam inalcançáveis para quem sofre com deficiências. Foi pensando em ampliar o alcance das reportagens que a Alma Preta Jornalismo lançou as duas ferramentas de leitura de áudio e intérprete de libras. Basta clicar nos ícones dispostos no canto direito da tela para acioná-los.
Para a sócia e diretora financeira da Alma Preta Jornalismo, Elaine Silva, as novas ferramentas se alinham com o perfil editorial da agência, que tem como prioridade pautar temas de interesse da comunidade negra em que também estão incluídas pessoas com deficiência auditiva e visual. “Alma Preta, como uma organização que prega a igualdade racial, considera que cada vez é mais importante que todos e todas as pessoas se sintam incluídas nessa luta. A acessibilidade é uma forma de democratizar a informação”, ressalta.