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Número de mortes de negros é maior em capitais do agro no Centro-Oeste, diz levantamento

Reportagem da Agência Brasil reúne dados sobre as três principais capitais do agronegócio no Brasil
A imagem mostra uma colheitadeira em plantação do agronegócio.

Foto: Reprodução / Governo de Goiás

24 de outubro de 2024

No Brasil, as capitais de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, principais na contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio, apresentam indicadores sociais em discrepância com a economia robusta gerada nestas cidades. 

A reportagem da Agência Brasil, divulgada na quarta-feira (24), utiliza informações do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) sobre Campo Grande, Cuiabá e Goiânia para demonstrar que, apesar do destaque econômico impulsionado pelo setor nos locais, as cidades estão entre os piores índices sociais. 

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Segundo o levantamento, as capitais reúnem alguns dos principais produtores do estado, mas seguem com um PIB per capita abaixo da média nacional (R$ 50.193,73). Conforme indicam dados da plataforma Cidades e Estados no Brasil, do IBGE, nenhuma das localidades atingiu a universalização do esgotamento sanitário, e acumulam baixos índices de escolarização.

A reportagem do jornalista Gilberto Costa, aponta que, nas três cidades, jovens negros e indígenas de 15 a 29 anos e do sexo masculino são as principais vítimas de assassinatos do que brancos e amarelos. Na capital cuiabana, a taxa de homicídios para pretos, pardos e indígenas por 100 mil habitantes é cerca de dez vezes acima das demais. 

A disparidade de gênero também foi identificada no levantamento. Na cidade de Goiânia, homens receberam uma remuneração 28,03% a mais que as mulheres. Em Cuiabá e Campo Grande, os percentuais foram de 22,9% e 18,95%, respectivamente.

Os municípios estão entre os 31 mais populosos do país e apresentam índices muito baixos de remuneração. Com uma população de aproximadamente 898 mil habitantes, Campo-Grande ocupa o 3.412º lugar na listagem de média de todo o território brasileiro e possui apenas 16% de tratamento de esgoto em seus domicílios.

A população cuiabana ocupa a 4.693º posição na escolarização de pessoas em faixa etária correspondente ao ensino fundamental e uma taxa de mortalidade infantil abaixo de outras 3.380 cidades. Já a capital de Goiás, estado que produziu mais de R$ 38 milhões em soja no ano passado, é a 4.281ª cidade na escolarização de crianças e adolescentes até 14 anos.

Texto com informações da Agência Brasil*

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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