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‘Racismo é negligenciado no campo da saúde mental’, afirma psicóloga

Saúde mental é o tema do terceiro episódio do podcast Papo Preto; As convidadas foram as psicólogas Mônica Gonçalves e Juliana Vicente

16 de setembro de 2019

Os impactos do racismo na saúde mental e a importância do autocuidado da população negra são os assuntos do 3º episódio do Papo Preto, podcast do Alma Preta, disponível no Spotify.

O jornalista e editor-chefe do Alma Preta, Pedro Borges, bateu um papo com duas especialistas: a psicóloga e doutoranda em saúde pública e relações raciais Mônica Gonçalves e a psicóloga e organizadora da roda terapêutica das pretas Juliana Vicente.

Para entender o impacto do racismo na saúde mental, Juliana Vicente destaca a importância de observar o racismo como um fenômeno social.

“O racismo é negligenciado pelos profissionais da área de saúde mental. Isso é um problema porque muitas pessoas negras são atendidas por psicólogos brancos que veem o racismo como um problema pessoal em vez de social. Individualizar o racismo no campo patológico também é um ato racista”, explica.

Embora o Brasil seja considerado um país racista devido ao tratamento que dispensa aos negros, o racismo afeta a saúde mental dessa população de maneiras diferentes. É o que lembra Mônica Gonçalves.

“Eu, por exemplo, sempre morei no interior e nunca fui vítima de discriminação por parte da polícia. Enquanto essa situação é corriqueira para um jovem negro que vive na periferia de São Paulo. Por isso, o contexto social precisa ser analisado e devemos ter cuidado ao falar sobre os impactos do racismo”, avalia.

Mônica Gonçalves atua no sistema público de saúde desde 2015. A experiência levou a profissional a pesquisar como são as relações raciais na saúde mental.

Já Juliana Vicente atua na roda terapêutica das pretas. O coletivo formado por psicólogas negras faz atendimento a mulheres negras e periféricas que não têm acesso aos cuidados de saúde mental.

A roda terapêutica é uma forma de as mulheres negras compartilharem suas vivências e resgatarem a ancestralidade africana. Na cultura africana, as mulheres se reúnem em roda para trançar os cabelos uma da outra como uma forma de cuidado.

O podcast

A obra escolhida para ilustrar o episódio sobre saúde mental do podcast Papo Preto é “Hora do Almoço”, de 1974, da artista mineira Maria Auxiliadora. Você pode conferir o bate-papo completo no Spotify.

O programa é apresentado pelo jornalista e editor-chefe do Alma Preta, Pedro Borges. Os episódios vão ao ar quinzenalmente com assuntos como enfrentamento ao racismo e ao genocídio, autoestima e o dia a dia da população negra e periférica.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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