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Objetos pessoais sumiram da casa de arquiteto negro encontrado morto em São Paulo

Luiz Felipe, conhecido como Macalé, era uma pessoa alegre, segundo relatos de amigos. O caso é investigado pela Polícia Civil após parentes contestarem hipótese de suicídio 

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Reprodução/Redes sociais

Felipe Macalé de pé, com blusa listrada, dando aula em um bar de SP

3 de junho de 2021

O arquiteto e educador Luiz Felipe Bernardes dos Santos, conhecido como Macalé, encontrou com amigos e esteve em dois bares, no centro de São Paulo, entre a noite de sábado (29) e madrugada de domingo (30). Ele estava alegre, segundo quem o conhecia, mas horas depois foi encontrado sem vida próximo a um viaduto da Avenida Sumaré, na Zona Oeste.

Um dos motivos da alegria de Macalé naquele último sábado de maio, além da participação na manifestação a favor da vacina e contra o governo Bolsonaro, é que o homem negro de 36 anos tinha se casado poucos dias antes.

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A Polícia Civil registrou a princípio o caso como suicídio e seguiu nesta linha de investigação. Após a repercussão da morte e amigos e familiares contestarem a hipótese de que a vítima teria tirado a própria vida, na quarta-feira (2) a delegada do 23º DP, em Perdizes, responsável pelo inquérito, conversou com os familiares do arquiteto e abriu outras frentes de investigação para determinar as circunstâncias da morte.

Segundo a esposa Patrícia Brasil, objetos pessoais de Macalé desapareçaram do imóvel. “Meu amor foi encontrado morto. Tem-se a informação que levaram seu computador, o seu diário pessoal e reviraram seu quarto. Faltam as peças desse quebra-cabeça. Me restam a dor e a extrema necessidade de elucidar o que ocorreu”, escreveu a viúva do arquiteto, em uma rede social.

“Ele era a alegria em pessoa”

Câmeras de segurança, principalmente as da estação do Metrô Sumaré, na Linha 3-Verde, podem ajudar a Polícia Civil a solucionar o caso. “Ele  era a alegria em pessoa, muito cuidadoso. Não corria riscos. Principalmente com altura. Uma vez pintamos a casa de um amigo e quem subiu para pintar a parte do teto e telhado fui eu”, conta o ator e diretor de teatro João Alves, em entrevista à Alma Preta Jornalismo.

Segundo o amigo do arquiteto, Macalé não gostava de bebidas fortes, apesar de apreciar bares e reuniões com amigos. “Ele bebia cerveja. Não gostava de destilados, mas bebia conversando com os amigos. Uma garrafa demorava horas”, lembra João, que ressaltou que nada no perfil de Macalé indicava que ele pudesse voluntariamente acabar com a própria vida ou se arriscar na beira de um viaduto. 

Luiz Felipe era pró-reitor da UniMauro, um projeto de aulas abertas sobre temas como filosofia e  política localizado em um bar na Vila Buarque. A iniciativa tinha como desdobramento um bloco de Carnaval com os boêmios da região. Por causa da pandemia de Covid-19, Macalé participava dos eventos de forma remota.

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