O “Relatório de Monitoramento de Violação de Direitos Humanos na Baixada Santista Durante a Segunda Fase da Operação Escudo”, realizado por 12 entidades e organizações civis de defesa aos direitos humanos, denuncia uma série de crimes cometidos pela Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMSP) durante a Operação Escudo, na Baixada Santista.
O documento reúne relatos de moradores e familiares das vítimas da operação, e contesta a versão unilateral da polícia que alega confronto armado entre as vítimas e a corporação.
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Também há menções de alterações nas cenas dos assassinatos, torturas, perseguições e outras violações.
Em um dos casos, uma moradora alega que seu esposo foi morto desarmado, enquanto conversava na frente de sua residência. Ela foi impedida de ver o corpo e ainda foi agredida por um agente.
Em outra ocasião, um adolescente foi morto em São Vicente (SP), com seis tiros de fuzil à queima-roupa. O médico legista teria afirmado que não houve troca de tiros, o que confronta a versão da PMSP.
Outra denúncia expõe o caso onde policiais adentraram numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de forma ilegal, onde uma vítima estava hospitalizada, para zombar e filmá-la. Segundo o relatório, uma foto teria sido compartilhada em grupos de policiais nas redes sociais, com a legenda “Esse aí não subiu ainda?”.
Ao todo, os relatos somam seis casos de vítimas fatais, um caso de tentativa de execução sumária, dois casos de invasão a domicílio e três casos de abuso policial e abordagem violenta.
Em dois meses, a segunda fase da Operação Escudo já vitimou cerca de 30 pessoas. A primeira fase da operação foi deflagrada em 2023 e é alvo de denúncias e investigações de abusos policiais, com um total de 28 mortes.