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Padaria comunitária oferece oportunidade e alimento para famílias de baixa renda

Pães são distribuídos de forma gratuita para moradores de comunidades em Lauro de Freitas, cidade na região Metropolitana de Salvador; iniciativa também oferece cursos de qualificação em panificação para mães solo, jovens e pessoas com deficiência

Texto: Dindara Ribeiro | Edição: Nataly Simões | Foto: Divulgação/Mainá Diniz

Imagem mostra mulher segurando sacolas em frente à padaria comunitária

2 de dezembro de 2021

Para famílias em situação de vulnerabilidade, ter comida no prato é sinônimo de sobrevivência. Com o aumento do desemprego, das altas taxas de inflação e da crise financeira agravada com a pandemia, garantir o sustento da família tem se tornado um desafio cada vez maior, sobretudo para as famílias negras e pobres. Com intuito de reduzir os impactos da pandemia e oferecer oportunidade para pessoas periféricas, uma padaria comunitária na Bahia pretende reverter o quadro de vulnerabilidade e dar oportunidade para moradores das comunidades do Jambeiro e do Parque São Paulo, localizadas em Lauro de Freitas, cidade na região Metropolitana de Salvador.

Inaugurada em novembro, mês da Consciência Negra, a Padaria Comunitária Ideal foi idealizada pela Associação Comunitária Ideal e produz e distribui pães de forma gratuita para as comunidades. A produção é feita pelos próprios moradores, que recebem cursos de qualificação em panificação em escala industrial e caseira. Inicialmente, a produção e distribuição será feita de forma gratuita pelo período de dois meses e depois serão vendidos a preço de custo, tornando o projeto autossustentável.

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O projeto conta com apoio do edital Década Afrodescendente, da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). Segundo o coordenador executivo da Secretaria Municipal de Políticas Afirmativas, Direitos Humanos e Promoção da Igualdade Racial (SEPADHIR), Ricardo Andrade, a construção do projeto se deu a partir da necessidade de garantir o primeiro alimento do dia, o café da manhã, para que as famílias de baixa renda pudessem ir em busca de oportunidade de trabalho e de sobrevivência.

“Quem ia lavar o carro na sinaleira precisava estar com café tomado, quem ia fazer a faxina precisava ter o café tomado. Então a gente entendeu que o desafio era o pão. Nós entendemos que para dar sentido a esse projeto, deveríamos ter uma padaria onde tivéssemos a produção diária de pão”, disse o coordenador à Alma Preta Jornalismo.

Mães solo, jovens negros e negras e pessoas com deficiência são os principais atendidos pelo projeto. Desempregada, a chefe de cozinha Rosa Menezes disse que o projeto tem auxiliado na renda dentro de casa. Ela começou com o curso de panificação e hoje faz panetones, ceia natalina, pães por encomenda, bolos entre outras encomendas. “Para mim ajudou muito porque eu estou parada. O pouco com Deus é muito, né? Entrei de cabeça nesse projeto, gostei, tomei o curso e está me ajudando muito”.

PADARIA COMUNITARIA siteFoto: Divulgação

Atualmente, 100 famílias das duas comunidades são beneficiadas pelo projeto. As aulas de panificação contam com auxílio de voluntários e de estudantes de gastronomia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), parceira do projeto. As alunas e alunos também participam de debates sobre o combate e enfrentamento ao racismo.

Para o final de ano, as alunas e alunos vão começar a produzir sonhos e bolos, garantindo uma renda a mais em um dos períodos mais comerciais do ano. A nova formação será em parceria com a CCR, empresa responsável pela administração do metrô de Salvador.

“O sonho vai ser produzido em grande escala e vai ser distribuído para que a comunidade possa fazer renda. A associação vai fazer um termo de parceria com o CCR e a ideia é que a CCR permita que os jovens da padaria possam ter acesso à estação para a venda dos sonhos”.

PADARIA LAURO siteFoto: Divulgação

Como participar

Para participar do projeto, é necessário que os moradores compareçam à sede da Padaria Comunitária, na Quinta da Glória, para realizar o cadastro.

Serão selecionadas aquelas/aqueles que tiverem cadastro no Número de Identificação Social (NIS), em situação de vulnerabilidade social e indicações de lideranças locais, como mulheres e pessoas deficientes.

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  • Dindara Paz

    Baiana, jornalista e graduanda no bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade (UFBA). Me interesso por temáticas raciais, de gênero, justiça, comportamento e curiosidades. Curto séries documentais, livros de 'true crime' e música.

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