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Parcerias entre universidades federais brasileiras e da África ainda são mínimas, aponta estudo

Moçambique é o país africano com o maior número de parcerias, representando 2% do total
Imagem da Universidade Federal do Maranhão em 2024.

Imagem da Universidade Federal do Maranhão em 2024.

— Reprodução/UFMA

10 de abril de 2025

Apenas 6% das universidades do continente africano mantêm parcerias com universidades brasileiras. Os dados são do estudo “Amefricanidades nas Universidades”, elaborado pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR) em parceria com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

O levantamento realizado no ano passado  analisou 4.194 acordos, memorandos ou protocolos de cooperação feitos entre as universidades federais brasileiras e do exterior entre 2003 a 2023.

Foram identificadas 69 universidades federais públicas do Brasil que afirmam parcerias com pelo menos 111 países de todos os continentes do mundo.

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O estudo mostra que América Latina e Caribe possuem 30% dos acordos e para o continente europeu a parcela aumenta para 52%. Dos cinco países com maior quantidade de acordos catalogados na pesquisa, três são da Europa e dois da América Latina e Caribe. 

Segundo a publicação, Moçambique é o país africano com mais parcerias, com 2%, liderando a 13ª posição na pesquisa. 


O documento aponta que a produção científica brasileira ainda tem pouca articulação com a Cooperação Sul-Sul — modelo de colaboração voltado ao intercâmbio de recursos entre países em desenvolvimento, especialmente com nações africanas. A baixa proporção de parcerias com países do continente reforça a marginalização desse eixo nas agendas de pesquisa no Brasil.

Nordeste lidera parcerias com países africanos

O estudo também apresenta dados sobre as regiões brasileiras com maior número de parcerias com as instituições externas. A região Nordeste lidera com 39% dos acordos firmados, seguida pela região Sudeste, com 35%. Já as menores participações estão no Centro-Oeste e Sul, com 10% cada, e, por último, a Região Norte, com apenas 6%.

A pesquisa integra o Observatório Amefricanidades e tem como objetivo  promover o diálogo Sul-Sul de políticas e de práticas por meio da sistematização e da socialização de conhecimentos, experiências e de políticas públicas que contribuam com o combate do racismo no Brasil.


Para o diretor de Políticas e Combate e Superação do Racismo, Tiago Santana, as informações são importantes para mostrar as desigualdades existentes nas instituições universitárias do país. 

“Esses dados auxiliam na compreensão das relações internacionais de cooperação e, sobretudo, evidenciam as desigualdades nas cooperações científicas brasileiras com os diferentes continentes do mundo”, disse em comunicado do governo.

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