Como resposta aos três meses sem auxílio emergencial e como forma de combater a fome acentuada pela pandemia pela COVID-19 no país, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) montou a primeira cozinha solidária na capital pernambucana. Ação, que teve por início a ocupação na noite de ontem de um imóvel abandonado, realizou na manhã desta terça-feira (18) a distribuição de café-da-manhã e almoços para pelo menos 200 moradores do entorno. A cozinha ocupa um prédio localizado na Vila Santa Luzia, no bairro da Torre, Zona Oeste do Recife.
De acordo com a coordenadora estadual do MTST Pernambuco, Juliana de Carvalho, a iniciativa é um meio de vida digna nas cidades, uma luta que vai além do direito à moradia. “As cozinhas tendem a ser o coração das ocupações. Nesse contexto de volta ao mapa da fome e fragilidade das estruturas que sustentam a vida das pessoas, as cozinhas solidárias vêm como um caminho para demarcar o que é possível de ser feito para oferecer o mínimo de segurança alimentar às pessoas”, pontua. Na manhã desta terça (18), viaturas da Polícia Militar foi até a ocupação, mas, após negociação com ativistas e pressão popular, deixaram o local.
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A primeira Cozinha Solidária de Pernambuco (9ª do Brasil) funciona no antigo Núcleo de Triagem de Recicláveis, prédio pertencente à Prefeitura do Recife e, segundo o movimento, está desocupado há mais de uma década, por consequência, sem atender à população. Diante do cenário, o objetivo é que a estrutura local possa contribuir para levar o direito básico à alimentação a quem está sem emprego, dinheiro e refeições diariamente.
Além da distribuição gratuita de refeições completas e balanceadas, o projeto também visa o cultivo de hortas urbanas comunitárias nas periferias, que fornecerão alimentos para as cozinhas solidárias e para doação às comunidades próximas. A iniciativa deverá seguir de exemplo para as outras 26 cozinhas solidárias que o movimento pretende inaugurar nos estados em que atua.
Com atuação ativa desde a manhã de hoje, a inauguração oficial da Cozinha Solidária da Vila Santa Luzia está prevista para a próxima quinta-feira (20), com a presença de Guilherme Boulos, da Coordenação Nacional do MTST. O cronograma de ações e a permanência da ocupação ainda segue sem definição pelo movimento ainda estar em acordo com a polícia e com órgãos da gestão municipal.
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