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PMs que agrediram Luana Barbosa têm prisão solicitada por promotor

20 de abril de 2018

Promotoria do Estado de São Paulo enquadrou por homicídio qualificado policiais responsáveis pela abordagem realizada em 2016, em Ribeirão Preto (SP); Luana morreu cinco dias após episódio no qual foi agredida

Texto / Amauri Eugênio Jr., Pedro Borges e Thalyta Martina
Imagens / Reprodução / EPTV

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André Donizeti Camilo, Douglas Luiz de Paula e Fábio Donizeti Pultz, os três policiais envolvidos na abordagem que culminou, em 2016, na morte de Luana Barbosa, 34, tiveram a prisão solicitada pelo promotor de justiça Eliseu Berardo Gonçalves.

Em reportagem publicada pelo G1, o promotor alegou que as lesões corporais decorrentes de espancamento na abordagem resultaram no óbito de Luana. Desse modo, a interpretação de Gonçalves foi diferente da interpretação feita pela Polícia Civil após investigação sobre a tragédia.

“Essas agressões lhe causaram isquemia e traumatismo crânio-encefálico. Eu os denuncio pela prática de homicídio por motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima”, entendeu o promotor, com base no artigo 313 do Código Penal, relativo a crimes dolosos – nos quais há intenção de matar -, contra a mulher e para garantir medidas protetivas. Esse aspecto é relativo também à família de Luana, que alega ter sido ameaçada durante o trâmite do processo.

No entanto, José Roberto Bernardi Liberal, juiz da 1ª Vara do Júri e das Execuções Criminais de Ribeirão Preto, não se manifestou sobre o pedido de prisão dos PMs envolvidos até a publicação desta nota.

Antes da ação, um dos PMs responsáveis pela abordagem, cuja identidade não foi informada pela SSP (Secretaria de Segurança Pública), havia voltado a trabalhar nas ruas. Em resposta a reportagem publicada pelo Alma Preta em 12 de abril, a pasta não soube informar qual profissional havia voltado a atuar em “atividade operacional”.

Entenda o caso

Negra, lésbica e moradora da periferia, Luana foi abordada por policiais militares na periferia de Ribeirão Preto, quando levava seu filho de 14 anos à aula de informática, e foi espancada após solicitar presença policial feminina para ser revistada – o procedimento para revista feminina é recomendado pela legislação brasileira.

Após a abordagem, a jovem foi encaminhada à Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE), mas morreu após cinco dias após as agressões.

De acordo com laudo do IML (Instituto Médico Legal), Luana morreu em consequência de isquemia cerebral e traumatismo crânio-encefálico consequentes do espancamento sofrido.

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