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Polícia investiga grupo de supremacistas brancos em São Paulo

1 de dezembro de 2020

Mais de 20 pessoas estavam envolvidas em uma reunião ocorrida em 21 de novembro na zona Sul da cidade; elas fizeram gestos ligados ao nazismo, crime que prevê pena de até quatro anos

Texto: Redação I Edição: Flávia Ribeiro I Imagem: Reprodução

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A polícia de São Paulo iniciou uma investigação para identificar os integrantes de um grupo de supremacistas brancos que se reuniram em um bar perto da estação Vila Mariana, na linha azul do metrô, na zona sul de São Paulo, onde fizeram fotografias com bandeiras e faixas estampadas com símbolos nazistas. O grupo, de cerca de 20 pessoas, também fez gestos que reproduziam a saudação nazista, em homenagem ao Hitler. Isso tudo aconteceu no dia 21 de novembro.

Após a reportagem do Alma Preta (clique aqui para ler), publicada no dia 24 de novembro, a Ouvidoria da Polícia de São Paulo exigiu que o caso fosse investigado. Para não comprometer o andamento das investigações, a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) não liberou que as autoridades responsáveis pelo caso dessem entrevistas falando sobre a atuação de supremacistas brancos na capital do Estado.

No sábado, dia 28, a reportagem do Alma Preta foi até o bar, onde o grupo racista se reuniu. Mesmo uma semana depois do caso, os funcionários ainda se lembram do grupo e comentaram que tinha “algo estranho” neles. Depois da repercussão nas redes, os funcionários do bar descobriram que eram membros de um grupo racista.

“A gente sabe, agora, o que eles pensam e não gostamos desses (palavrão). Da próxima vez, vamos chamar a polícia”, disse um funcionário de origem nordestina, que preferiu não se identificar.

Segundo os funcionários, o grupo não tinho ido outras vezes ao lugar, que é um típico barzinho para quem gosta de cerveja, petiscos, caipirinhas e batidas com nome divertidos como “arranca toco”, “love story”, “delicioso bebum”, “motor de arranque” e “lábios de mel”.

A reunião do grupo de supremacistas branco no bar aconteceu no dia seguinte ao Dia da Consciência Negra e aos protestos em todo o país contra o assassinato do cliente João Alberto Freitas, homem negro espancado até a morte por dois seguranças brancos, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.

Os integrantes do grupo racista foram até a avenida 23 de Maio, que fica a 2 km do local, e colocaram uma faixa de cinco metros com a frase “Vidas Brancas Importam” e a letra “O” da palavra importam era um símbolo nazista.

Nas fotos que os próprios integrantes do grupo fizeram, foram aplicados filtros e efeitos de tratamento de imagem para não mostrar o rosto, porém, é possível fazer a identificação de roupas, porte físico e tatuagens.

Na sexta-feira, dia 27 de novembro, um grupo de militantes antifascistas foi até os mesmos lugares onde o grupo de supremacistas brancos fez fotos e protestaram contra o racismo. No bar, em frente à estação Vila Mariana, eles chegaram quando o estabelecimento estava fechando as portas. “Já era hora de encerrar então a gente fechou e nem viu muita coisas, mas eles [os antifascistas] vieram também e fizeram umas fotos aí fora”, disse o funcionário.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a atuação dos membros de um grupo de supremacistas brancos na cidade está sendo investigada pela Decradi (2ª Delegacia de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância).

A apologia ao nazismo é crime na Lei 7.716/89, que aborda os crimes de racismo, com penas de até três anos de prisão, e ainda, na Lei de Segurança Nacional (lei 7.710/83), artigo 22, sobre “fazer, em público, propaganda de processos violentos ou ilegais para a alteração da ordem política ou social”, neste caso a pena pode chegar a quatro anos de prisão.

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