Em nota do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), indígenas e integrantes da retomada do Território Indígena (TI) Panambi Lagoa Rica, na cidade de Douradina (MS), demonstram preocupação com a atuação de policiais do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) na região.
De acordo com o conselho, os agentes do DOF têm registrado os documentos, fotografado os veículos e interrogado os ocupantes da retomada. Os policiais também estariam controlando a entrada de pessoas na comunidade em uma das estradas vicinais de acesso ao território.
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“Eles fotografam documentos de identificação e as placas dos veículos, perguntam o grau de parentesco dos ocupantes, o que fazem no local, no que trabalham, quais organizações representam e, nas oportunidades trazidas pela inquirição, buscam coletar informações sobre a retomada”, aponta nota do CIMI.
Na noite de segunda-feira (29), uma comitiva do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que prestava solidariedade à comunidade foi autuada e interrogada pelos policiais do DOF. Os integrantes do MST, que não participam da retomada, foram escoltados de volta ao município sob a ameaça de serem autuados por invasão de propriedade.
Ao conselho, os indígenas contaram que temem a presença dos policiais devido ao histórico de violência em operações deflagradas contra a comunidade anteriormente. “DOF, Polícia Militar, eles se envolveram em vários ataques contra o nosso povo. Tem caso de despejo forçado, sem autorização da Justiça, que a PM fez”, apontou um integrante da retomada.
Nos últimos dias, a comunidade enfrenta conflitos fundiários, ameaças e agressões por parte de fazendeiros locais. A organização Aty Guasu comunicou um ataque armado contra os moradores do território, no qual um indígena foi alvejado. Segundo a organização, os ruralistas estariam “prometendo um massacre”.