Pela primeira vez na história do país, o Censo 2022 investigou a população quilombola e suas características demográficas, geográficas e socioeconômicas, fornecendo dados essenciais para o desenvolvimento de políticas públicas específicas e ampliar o conhecimento sobre essa parcela da sociedade.
A divulgação dessas informações abre novas perspectivas de análise nos campos da Demografia, Antropologia e Geografia. “É uma publicação importantíssima para políticas públicas de direitos humanos básicos, pois permite conhecer uma realidade que, até agora, era totalmente desconhecida sobre a população quilombola”, ressalta Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais, em publicação do IBGE.
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Os dados revelam que a população quilombola possui um perfil etário mais jovem do que a média nacional. Apenas 13% dos quilombolas têm 60 anos ou mais, em comparação com os 15,8% da população total do Brasil. Além disso, uma análise mais detalhada mostra que dentro dos Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, há uma concentração ainda maior de jovens, com 52,5% tendo até 29 anos.
A idade mediana da população quilombola é de 31 anos, quatro anos abaixo da média nacional. Quando considerados apenas os quilombolas que residem dentro desses territórios, a idade mediana cai para 28 anos. No entanto, é importante notar que apenas 12,6% da população quilombola reside nesses territórios, enquanto a maioria (87,4%) está fora deles.
O índice de envelhecimento dos quilombolas é de 54,98, em comparação com os 80,03 da população total do país. Isso significa que há menos idosos em proporção aos jovens dentro da comunidade quilombola. Além disso, os dados revelam uma predominância masculina entre os mais jovens, até os 24 anos, enquanto a partir dos 30 anos, há uma predominância feminina.
Os resultados do censo também revelam variações regionais significativas. Por exemplo, a menor idade mediana dos quilombolas é encontrada na região Norte, com 26 anos, enquanto a maior está no Sul, com 34 anos. Essas diferenças destacam a diversidade dentro da população quilombola e a importância de abordagens específicas para cada contexto regional.