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Povos tradicionais da Bahia pedem ações imediatas contra mudanças climáticas

Carta com 35 diretrizes propõe participação ativa de agentes territoriais, monitoramento da água e maior atuação do poder público no enfrentamento às mudanças climáticas
Imagem do encontro de encerramento do Projeto Resiliências Climáticas, que reuniu povos tradicionais da Bahia para discutir políticas públicas de enfrentamento às mudanças climáticas na região.

Foto: Divulgação/Projeto Resiliências Climáticas

25 de setembro de 2024

Em evento de encerramento do Projeto Resiliências Climáticas: Boas Práticas de Adaptação à Mudança do Clima realizado em Salvador, nos dias 18 e 19 de setembro, líderes de comunidades tradicionais, pesquisadores e ambientalistas elaboraram uma carta reforçando a urgência de ações para adaptar povos tradicionais às mudanças climáticas

O documento, com 35 diretrizes, sublinha a necessidade de iniciativas que garantam a participação ativa dos agentes territoriais, o monitoramento da qualidade da água e uma maior atuação do poder público em ações de adaptação climática.

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O encontro foi promovido pela Rede Convergência pelo Clima, um grupo de organizações criado em 2019 que busca fomentar o controle social sobre questões ambientais e climáticas na Bahia. Além da carta, a programação incluiu painéis sobre temas como gênero, juventude e clima; transição energética e políticas socioambientais. 

Ao final do evento, foi lançada a Plataforma Colaborativa dos Povos, Culturas e Natureza, uma ferramenta tecnológica destinada a conectar saberes ancestrais, técnicos e acadêmicos, facilitando o acesso à informação para as comunidades tradicionais.

Renato Cunha, do Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá), ressaltou durante o encontro a importância do projeto: “Esse projeto fortaleceu e deu visibilidade aos problemas enfrentados nas comunidades de base. Mostrou que precisamos tanto fortalecer as bases quanto pressionar politicamente os governos para transformar essas ideias em políticas públicas”, informa a nota para a imprensa.

A importância de processos participativos foi reforçada pela representante da Cooperazione per lo Sviluppo dei Paesi Emergenti (COSPE), Martina Molinu, que ressaltou: “O envolvimento das comunidades é essencial para compreender o território e gerar dados que sustentem a continuidade das boas práticas nos espaços de incidência política”.

Os diálogos realizados nas oficinas revelaram as vulnerabilidades enfrentadas por mulheres e jovens de comunidades tradicionais. Maria Aparecida, da comunidade quilombola de Campo Grande, em Santa Terezinha, compartilhou uma experiência de recuperação de uma nascente local, essencial para a sobrevivência de sua comunidade. “Essa troca de experiências nos ajudou a cuidar do que é nosso. Estamos conseguindo recuperar uma nascente em um tanque feito pelos primeiros escravos que chegaram à nossa região”, contou.

O evento também contou com a presença de professores universitários, representantes do Ministério Público, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio) e secretarias estaduais.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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