Uma ação da Prefeitura de São Paulo na quinta-feira (13) demoliu a sede da Escola de Capoeira Angola Cruzeiro do Sul na zona oeste da cidade.
A escola pertence ao Mestre Meinha, um dos mais antigos mestres de capoeira angola do estado. A denúncia, publicada nas redes sociais, mostra toda a estrutura predial do espaço destruída, com muitos destroços no ambiente.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Integrantes da escola relatam que instrumentos, quadros, imagens de figuras sagradas e objetos relacionados aos 40 anos de história do mestre foram destruídos. De acordo com a denúncia, nenhum aviso ou notificação foi enviada pela Subprefeitura de Pinheiros, responsável pela administração da região.
Em resposta, capoeiristas de diversas regiões do país iniciaram uma campanha nas redes sociais em solidariedade a Meinha. Os vídeos reforçam a salvaguarda da modalidade, garantida por lei, e apontam racismo na atuação da prefeitura.
“Esse é um ato racista e desrespeitoso com o patrimônio imaterial da humanidade, que é a capoeira. Isso não pode continuar acontecendo. A prefeitura está completamente errada em não comunicar as pessoas sobre o acontecido”, diz o capoeirista Mestre Cobra Mansa, doutor em Difusão do Conhecimento pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
A campanha cobra um posicionamento dos ministérios da Cultura (MinC), dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) e da Igualdade Racial (MIR). Os órgãos ainda não se manifestaram sobre o caso.
A Alma Preta procurou a Prefeitura de São Paulo e a Subprefeitura de Pinheiros em busca de informações sobre a motivação da demolição, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.