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“Preto de alma branca”, diz Martinho da Vila sobre Sérgio Camargo

Em entrevista ao “Roda Viva”, sambista criticou a gestão de Carmargo, que vem promovento retrocessos à frente da Fundação Palmares 

Texto: Redação | Foto: Reprodução/TV Cultura

MARTINHO-VILA

17 de agosto de 2021

Um dos maiores nomes da música brasileira, o cantor e compositor Martinho da Vila, criticou a condução de Sérgio Camargo à frente da Fundação Palmares e apontou os retrocessos que a instituição vem sofrendo desde o início de sua gestão. A declaração do sambista foi feita em conversa no programa ‘Roda Viva’, exibido na última segunda-feira (16).

Ao ser questionado sobre o retrocesso nas políticas públicas voltadas para a população negra na educação, Martinho da Vila lamentou a forma como a Fundação tem tratado as pautas da população negra e disparou: “Ele [Sérgio Camargo] é um preto de alma branca”.

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“A Fundação Palmares foi criada para tratar dos assuntos da cultura negra e dos negros em geral. E botaram aquele cara lá, o Camargo, um bolsonarista radical. Ele é um preto de alma branca, como se diz. No duro, ele gostaria de ser branco, ele acha que é branco e se sente branco. Para ele, tem que acabar com todas as coisas de negro”, disse o sambista.

Desde o início da sua gestão, em 2019, Sérgio Camargo tem dado uma série de declarações polêmicas a respeito dos movimentos e personalidades negras. Em julho deste ano, a Coalizão Negra por Direitos enviou uma denúncia à ONU contra Sérgio Camargo por violações de direitos humanos e aos interesses da população negra. No relatório, a Coalização aponta os ataques do presidente da Fundação Palmares a militantes do movimento negro e a tentativa de descredibilização da história e importância dos africanos no Brasil. No Twitter, Sérgio Camargo chegou a comparar o texto do guerrilheiro baiano Carlos Marighella aos do nazista Hitler.

“Ele está lá cumprindo o seu papel, que é acabar com a Fundação Palmares. Para mim, a Fundação Palmares não existe mais”, pontuou Martinho, que também comentou sobre ter o nome retirado da lista de personalidades negras no site da Fundação: “Graças a Deus, que bom! Não quero ter meu nome ligado àquela organização, não”.

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