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Professora aponta racismo em campanha do Conselho de Medicina da Bahia

Peça publicitária com imagem de mulher negra como “falsa médica” gera críticas nas redes; órgão responde às acusações destacando diversidade da campanha
Imagem da campanha do Conselho de Medicina da Bahia (Cremeb) onde a imagem de uma mulher negra é usada como exemplo de "falsa médica".

Foto: Reprodução

14 de outubro de 2024

Uma campanha publicitária do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) tornou-se alvo de críticas nas redes sociais após a professora Bárbara Carine viralizar um vídeo com uma análise da peça. Segundo a escritora, a campanha reforça estereótipos racistas ao associar a imagem de uma mulher negra à figura de uma “falsa médica”.

O material, exposto em um outdoor na Avenida Centenário e em uma estação de metrô, apresenta uma mulher negra ao lado de outra pessoa, ambas vestidas como médicas, com a mensagem: “Uma delas é falsa. Na dúvida, consulte o Cremeb”. A crítica de Bárbara rapidamente ganhou repercussão, acumulando mais de 750 mil visualizações e gerando 2,6 mil comentários, a maioria questionando a abordagem da campanha.

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Em sua análise, Bárbara ressaltou que nunca presenciou pessoas negras tentando se passar por médicas sem diploma, mas afirmou que frequentemente vê pessoas brancas se aproveitando de sua aparência e posição social para aplicar golpes. Para ela, a campanha do Cremeb reforça preconceitos racistas que questionam a competência de profissionais negros da saúde. “Essa ação publicitária incentiva pensamentos racistas e perpetua um imaginário coletivo distorcido”, afirmou a professora.

Diante da repercussão, o Cremeb disse, em resposta ao portal G1, que a campanha conta com três versões diferentes, nas quais também aparecem pessoas brancas, incluindo um homem e uma mulher. Segundo o órgão, o objetivo era refletir a diversidade da sociedade.

“Enfatizamos que os que praticam o exercício ilegal da medicina têm representantes em todas as etnias, cores, gêneros e faixa etária. A campanha traz a diversidade da nossa sociedade e o seu objetivo é despertar em todos o cuidado com quem trata a sua saúde”, disse em nota para o g1.

O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia foi procurado pela Alma Preta para dar um posicionamento, mas não enviou respostas até o fechamento do texto.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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