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Quatro anos após a morte de João Pedro, pais e vítimas da violência policial são recebidos na Alerj

Comissão reforça pedido de júri popular para policiais acusados e solicita memorial em homenagem às vítimas da violência policial
Imagem de João Pedro, vítima da violência policial. O jovem foi assassinado, em 2020, durante uma operação das polícias Civil e Federal, em São Gonçalo. Seus pais foram recebidos na Alerj nesta sexta-feira (17), véspera dos 4 anos de morte de João Pedro.

Foto: Reprodução

18 de maio de 2024

Na véspera dos quatro anos da morte do adolescente João Pedro Mattos Pinto, a Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizou uma reunião pública nesta sexta-feira (17). O encontro contou com a presença dos pais do adolescente e outras vítimas da violência em ações policiais.

O deputado Prof. Josemar (PSOL), presidente da Comissão, enfatizou a necessidade de levar os acusados a júri popular, conforme solicitado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) no início deste ano. Ele anunciou que enviará um ofício à vara de Justiça responsável pelo caso, pedindo uma atenção especial ao julgamento.

João Pedro foi morto com um tiro de fuzil durante uma operação das polícias Civil e Federal em 2020, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Segundo testemunhas, o adolescente e mais cinco amigos jogavam videogame na casa do tio quando policiais teriam invadido a residência atirando. Os agentes são acusados de homicídio doloso e fraude processual.

Neilton Pinto, pai de João Pedro, criticou a alegação de confronto feita pelos policiais. “Eles alegam que houve confronto, que entrou bandido na casa, mas eles forjaram essa situação para saírem impunes”, disse Neilton, durante a reunião pública. “Amanhã, completa quatro anos que o meu filho foi tirado de forma brutal da vida da nossa família e até agora não tivemos resposta da Justiça. Estamos aqui para que a vara criminal de São Gonçalo venha fazer um trabalho com responsabilidade”, acrescentou.

Rafaela Santos, mãe de João Pedro, compartilhou a angústia de procurar o corpo do filho por mais de 17 horas. “A polícia matou o meu filho e ainda tirou o corpo do local sem a família estar presente, disse que estaria socorrendo o João”, afirmou Rafaela, que se preocupa com a demora do julgamento, mesmo que seja concedido o júri popular. “Não sabemos quanto tempo mais vamos ter que esperar”, questionou.

O deputado Josemar afirmou que também vai enviar ofícios ao Governo do Estado, pedindo que reconheça a violação cometida pelos agentes e construa um memorial em homenagem a João Pedro e outras vítimas da violência policial. Além disso, solicitará que o estado se pronuncie oficialmente com um pedido de desculpas.

O dia 18 de maio, data da morte de João Pedro, entrou no calendário oficial do Estado do Rio como o Dia de Luta Jovem Preto Vivo, pela Lei Estadual 10.298/24. No próximo dia 28, a Comissão de Combate às Discriminações realizará uma audiência pública abrangente sobre as vítimas da violência.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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