Desde que a pandemia do Covid-19, o novo coronavírus, atingiu o mundo inteiro transformando a realidade da população de mais de 170 países, o rosto de Tedros Adhanom Ghebreyesus ficou conhecido nos noticiários. O líder da Organização Mundial da Saúde (OMS) é o primeiro homem de origem africana a chefiar o órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU).
Doutor em Saúde Pública pela Universidade de Nottingham, no Reino Unido, mestre em Imunologia de Doenças Infecciosas pela Universidade de Londres e graduado em Biologia, Tedros Adhanom Ghebreyesus, de 55 anos, nasceu em Asmarra, capital do Eritreia, país que até 1991 era parte da Etiópia.
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O doutor Tedros, como é conhecido, venceu a eleição para o cargo de diretor-geral da OMS em maio de 2017, para um mandato de cinco anos, com 133 votos dos 185 Estados-membros habilitados a votar, incluindo o governo brasileiro. Uma de suas principais promessas era dar mais atenção e recursos para países em desenvolvimento.
“Existe um valor real em eleger um líder que trabalhou em um dos ambientes mais difíceis e trazer um ângulo que o mundo nunca viu antes”, afirmou, em seu discurso após eleito, em referência à sua atuação como ministro das Relações Exteriores da Etiópia – de 2012 a 2016 – e como ministro da Saúde – de 2005 a 2012.
No dia 7 de abril, em que é comemorado o Dia Mundial da Saúde, o líder da OMS ressaltou, em sua conta no Twitter, o compromisso com os países e parabenizou os profissionais da que estão na linha de frente contra o Covid-19.
We are committed to working with all countries to #SupportNursesAndMidwives by ensuring they receive:
-the training they need
-the recognition they deserve
-decent conditions & salaries for their work.To every nurse & midwife, I say thank you, from the bottom of my heart.
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) April 7, 2020
Atualmente, o maior desafio do doutor Tedros como líder da OMS é enfrentar a pandemia do novo coronavírus e lidar com críticas por ter demorado para alertar o mundo sobre a periculosidade da doença em um suposto benefício ao governo chinês. Na internet, existe um abaixo-assinado com pelo menos 700 mil assinaturas de pessoas que pedem sua renúncia ao cargo.
Tedros já pediu, inclusive, para que sua atuação no combate à pandemia não seja politizada.
No time to waste. Let’s focus on saving lives. Collaboration across party lines important to ensure national unity to fight the virus more effectively. National unity is a foundation for global solidarity. When we do this, we quarantine political covid. Stop politicizing #COVID19
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) April 8, 2020
Não é a primeira vez que doutor Tedros é alvo de críticas. No período em que fez parte do governo do segundo país mais populoso do continente africano, com 105 milhões de habitantes, ele recebeu críticas a nível mundial em razão de acusações de opositores que alegavam que ele teria encoberto três epidemias de cólera na Etiópia.
As acusações, que vieram à tona durante a campanha para a liderança da OMS, sempre foram negadas pelo doutor. Em sua defesa, Tedros ressalta que durante seu mandato como ministro da Saúde foram criados 3,5 mil centros médicos no país e que a mortalidade infantil foi reduzida em dois terços.