Pescadora, capoeirista, vendedora, descendente de escravos sudaneses e estrategista. Essas eram algumas das características de Maria Felipa de Oliveira, uma das mais importantes figuras na luta pela independência da Bahia. Sua iniciativa foi capaz de expulsar os portugueses após atear fogo em cerca de 40 embarcações.
Com facas de cortar baleias e peixes, Maria Felipa liderou um grupo de 200 pessoas, entre escravizados e libertos, contra as embarcações inimigas que estavam nas imediações da Ilha de Itaparica, na Bahia.
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Em 1823, no litoral do estado, barcos portugueses e seus tripulantes aguardavam o melhor momento para invadir a cidade de Salvador. Maria e um grupo de 40 mulheres estrategicamente atraíram os vigias dos navios portugueses para longe das embarcações.
Fora de seus devidos postos, os homens foram surrados com folhas e galhos de cansanção, uma planta que causa urtigas, queimaduras, ardência e muita dor. Assim, Maria Felipa e seu grupo atearam fogo nas embarcações oponentes e derrotaram o exército inimigo.
Os poucos registros sobre a história dessa mulher alta e forte mantêm viva a existência de Maria Felipa e seus feitos, que resistem há mais de 200 anos na tradição oral de Itaparica e cidades do Recôncavo Baiano e nas comemorações da independência.
O livro “Maria Felipa de Oliveira – Heroína da Independência da Bahia”, de Eny Kleyde Vasconcelos Farias, refere-se a ela como uma mulher que tratou a liberdade como o maior tesouro de sua vida.
A obra aponta que ela aprendeu capoeira para se defender. Vestia saias rodadas e chinelos. Encabeçou grupos de homens e mulheres de diferentes etnias para vigiar, dia e noite, as praias e fortificar trincheiras, na intenção de prevenir a chegada de novos exércitos inimigos.
Em 2018, Maria Felipa de Oliveira foi nomeada Heroína da Pátria Brasileira e teve seu nome inscrito no “Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves”, em Brasília.