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Quilombo do Campinho comemora 20 anos de titulação

24 de março de 2019

Há exatos 20 anos, a comunidade quilombola do Campinho da Independência recebia a titulação de suas terras. Saiba mais sobre a história da comunidade e a importância dessa data para o movimento negro e quilombola no Brasil

Texto / Vanessa Cancian
Imagem / Divulgação

Jongo, agroecologia, artesanato, mulheres, samba, culinária, resistência, capoeira, força, resiliência, transformação, história, resistência, griôs, terra, agrofloresta, rap quilombola, mulheres, sabedoria, ancestralidade, Amoqc, luta, povo. Muitas palavras e histórias cabem para narrar os 20 anos de titulação, de terra conquistada, de um território em nome de uma comunidade negra, rural e quilombola no Brasil.

Há exatos 20 anos, a comunidade quilombola do Campinho da Independência era titulado, no Brasil de 1999. O primeiro Quilombo do estado do Rio de Janeiro e um dos primeiros do Brasil. O simbólico papel que dá autonomia ao povo que lutou por muitos mais anos por essa conquista, se transforma em realidade. Hoje o Campinho é referência na luta quilombola, no turismo de base comunitária (TBC), na prática da agroecologia, na fortaleza das mulheres que protagonizam os processos, na formação das juventudes, na gestão da associação, entre tantas outras frentes. O povo daquela terra lutou muito e ainda segue construindo as lutas que cada tempo e época colocam em suas histórias.

A comunicação popular do FCT conversou com Ronaldo Santos, atual presidente da Associação de Moradores do Quilombo do Campinho (Amoqc). Segundo ele, a conquista da titulação, que aconteceu no dia 21 de março de 1999, foi um marco para a luta do movimento negro e quilombola no Brasil. Leia a entrevista abaixo:

O que significa a titulação da terra? Quais desafios esse momento também carrega?

“Os 20 anos da nossa titulação fazem parte de uma história de luta das gerações dos nossos mais velhos e ao mesmo tempo dos mais jovens que hoje precisam permanecer na terra, gerar renda e fortalecer a identidade cultural quilombola. Eu lembro até hoje da festa de titulação, eu vi os mais velhos chorarem. Desde a titulação nós vivemos a “paz agrária” e, ao mesmo tempo, muitos desafios políticos – titulou, e agora? A titulação sozinha não melhora sua vida, o que melhora nossa vida, o que somos capazes de fazer para que isso possa nos trazer melhoras. O desafio continua sendo nosso, a luta continua sendo nossa.

Hoje em dia vemos a nossa identidade quilombola fortalecida. Pessoas de diversos lugares do país e de fora começaram a nos procurar. A academia, o turismo. E o que está em evidência? O quilombo. O projeto do restaurante é um fator produtivo do Campinho que se diferencia das comunidades. Aqui nós temos diversidade na produção coletiva, temos nossa casa de artesanato, nosso roteiro de TBC, nossa agrofloresta e a nossa educação quilombola. E tudo que fazemos mobiliza a comunidade toda. Vivemos aqui um projeto econômico pautado pela economia preta”.

Saiba mais sobre a história do Campinho

Protagonizada por três mulheres, vovó Antonica, tia Marcelina e tia Maria Luiza, a história do quilombo do Campinho da Independência tem início por meio da resistência das famílias dessas mulheres que lutaram para conquistar e permanecer na terra no final do século XIX. Com o passar do tempo, a região se valorizou e mais uma vez, as novas gerações se colocaram em defesa de seu território. Atualmente, a comunidade pratica o turismo de base comunitária (TBC), a agroecologia, atividades culturais e artísticas e a luta pela educação diferenciada como forma de dar continuidade aos saberes ancestrais que existem no local e, sobretudo, presentes na sabedoria dos mais velhos, chamados de griôs.

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