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Quinta edição do Festival Fala! de jornalismo de causas acontece em Belém

O evento gratuito acontece na Universidade da Amazônia (Unama), com uma programação que contempla performances artísticas, rodas de conversa e mesas de debate com referências da comunicação
Zelia Amador, Erisvan Guajajara e Nay Jinkss.

Foto: Divulgação

22 de agosto de 2024

De 22 a 24 de agosto, a Universidade da Amazônia (Unama), em Belém (PA), sediará a quinta edição do FALA! – Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causas, que leva uma proposta inovadora de debate sobre o futuro do jornalismo e seu impacto na sociedade brasileira, e aborda a importância da comunicação e da cultura na defesa dos territórios e, em última instância, na defesa da vida, explorando a interseção entre comunicação, arte e cultura numa perspectiva popular, utilizando linguagens artísticas.

Realizado no campus Alcindo Cacela, conhecido por reunir os principais cursos de comunicação do estado, o evento é gratuito, sendo necessária a retirada de ingressos pelo Sympla.

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Organizado pelo Instituto FALA, o Festival FALA! tem como objetivo criar um ambiente para refletir sobre o jornalismo independente e a comunicação popular como ferramentas em prol de uma democracia plena. O evento também debate sobre a importância da cultura, da identidade e das variadas formas de expressão artística no fazer jornalístico, estimulando o desenvolvimento de uma rede de mídias alternativas que favoreça discussões amplas e contínuas sobre os principais temas do país e do continente, colaborando na proteção dos profissionais da imprensa independentes.

“O Festival FALA! é um momento muito relevante para o jornalismo brasileiro, com um maior debate sobre jornalismo e cultura. O encontro também aborda a diversidade da maneira como deve ser abordada, como central. É um encontro de gente preta debatendo os temas centrais do país e da comunicação”, diz Pedro Borges, cofundador da Alma Preta e diretor do Instituto FALA!

A edição em terras amazônicas será palco para reflexões e apresentações artísticas sobre comunicação, ancestralidade e tradição, e incluirá novidades como sessões de exibição audiovisual da Negritar Produções & Pulitzer Center, e oficinas técnicas, além das tradicionais performances artísticas, mesas de debate e rodas de conversa para analisar temas como: a tradição oral e a importância do rádio na comunicação dos povos da floresta, como acessar a grana?, a imprensa negra – ética e técnicas de reportagem, além do jornalismo de causas e o diálogo com tecnologias ancestrais. Todas as mesas serão gravadas e disponibilizadas posteriormente no canal do YouTube do Instituto FALA!.

Haverá também o relançamento do livro “Griots e Tecnologias Digitais”, dos autores Thiane Neves Barros e Tarcízio Silva e apresentação ao público dos trabalhos de reportagem e produção audiovisual dos coletivos de comunicação de Pernambuco – Redes do Beberibe, Portal Afoitas, Fórum de Juventudes do Cabo e Eficientes – escolhidos através do edital lançado no final da última edição, realizada em 2023, no Recife.

“O Festival chega à quinta edição cercado de expectativas positivas. Afinal, assim como Salvador e Recife, Belém é uma cidade pujante no campo socioeconômico e conhecida por sua riquíssima cena cultural. Esperamos que o Festival FALA! seja um espaço de trocas e aprendizados entre todos os participantes”, diz Rosenildo Ferreira, fundador e editor-chefe do site 1 Papo Reto e diretor do Instituto FALA!

Programação

O Festival FALA! em Belém começa nesta quinta-feira (22), com uma intervenção artística da Banda Afro Axé Dudu, seguida pela abertura oficial do festival às 18h45. Às 19h, será realizada a mesa de abertura com o tema “Histórias Cruzadas: as Intersecções Entre Jornalismo, Cultura e a Arte na Defesa da Vida”, que homenageará o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa), e sua fundadora, a professora universitária, atriz, diretora de teatro e ativista do movimento negro, Zélia Amador com participação da doutora em ciência da comunicação pela ECA-USP Rosane Borges e moderação por Antonio Junião, cartunista, artista visual e também cofundador e diretor de projetos da Ponte Jornalismo. A programação do dia será concluída com uma intervenção artística da banda Tambores do Pacoval, às 20h30.

No dia 23 de agosto, sexta-feira, o festival iniciará com uma intervenção artística de  Mulambra por Maria Flor às 10h. Às 10h15, ocorrerá a primeira mesa do dia, com o tema “Povos Originários e Comunidades Tradicionais: O Papel da Comunicação na Defesa dos Territórios e na Luta por Justiça Climática”, com participação do jornalista e ativista do povo Guajajara e fundador do coletivo Mídia Indigena Erisvan Guajajara, a jornalista amazônida, cofundadora e editora-chefe do Tapajós de Fato Isabelle Maciel, e  da liderança do Quilombo da Família Flores, atuante no projeto social e comunitário Geração Tigres FC, na Frente Quilombola do Rio Grande do Sul Geneci Flores. 

Às 14h, ocorrerão duas oficinas simultâneas: “Geojornalismo”, conduzida pelas facilitadoras Helena Bertho e Jullie Pereira, ambas da InfoAmazonia, e “Cobertura da COP-30: Passos, Protocolos & Compartilhamento de Experiências”, com a participação do ICFJ knight fellow Daniel Nardin, idealizador e editor geral do projeto Amazônia Vox e jornalista com mestrado em comunicação pela Universidade de Brasília (UnB), e da jornalista Cinthia Leone, especialista em relações internacionais e divulgação científica, mestre e doutora em ciência ambiental, além de coordenadora da área internacional do ClimaInfo.

Às 15h30, serão realizadas duas rodas de conversa. A primeira, sobre “Comunicação, Jornalismo de Causas e o Diálogo com Tecnologias Ancestrais”, contará com a participação de Zica Pires, ilustradora, pedagoga e membro do Coletivo Agentes Agroflorestais Quilombolas (AAQ) do Quilombo Santa Rosa dos Pretos (MA), Lenne Ferreira, jornalista e editora do site Afoitas, e Carlene Printes, quilombola, ativista dos direitos humanos e graduanda em serviço social. A mediação será feita por Sara Nortx, militante, compositora e produtora cultural da Cultura Hip-Hop em Belém do Pará e coordenadora do coletivo Nortx Ground, focado em questões de gênero e na capacitação de mulheres pretas, periféricas e da comunidade LGBTQIAPN.

A outra roda  será sobre “Como Acessar a Grana?”, com a sócia diretora do Alma Preta Jornalismo e cofundadora da Black Adnetwork Elaine Silva, e o comunicador popular Marcos Wesley, pós-graduando em Gênero e Sexualidade, militante do movimento Tapajós Vivo e fundador do Tapajós de Fato. A mediação ficará a cargo de Anderson Meneses, cofundador e diretor de negócios e tecnologias da Agência Mural de Jornalismo das Periferias, seguindo-se exibição de filmes da Negritar Produções & Pulitzer Center. 

Às 17h15, haverá uma contação de histórias: O fazer poético inspirado na vida e na obra do saudoso Mestre Zé Piranha, grande Pajé marajoara, por Ailton Favacho, o Poeta do Pacoval, seguida pela mesa “Griots e Tecnologias Digitais” às 17h30, com a participação do tech policy fellow na Mozilla, mestre em comunicação e doutorando em ciências humanas e sociais, consultor em direitos digitais Tarcízio Silva, da pesquisadora e observadora participante da Comunicação na Amazônia, integrante da Rede Transfeminista de Cuidados Digitais, do Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará e da Coalizão Tecnopolíticas Pan-Amazônicas Thiane Neves e do professor e consultor em desenvolvimento e operações de software com ferramentas livres, graduado em Sistemas de Informação e especialista em Gestão Ágil de Projetos Monteiro Luiz Sanches, com moderação da jornalista e apresentadora do Amazonas No Ar, Larissa Santiago. O dia será encerrado com uma intervenção artística de MC Íra e Negrabi às 19h.

O último dia de festival, sábado, 24 de agosto, começa com uma intervenção artística às 10h00 do rapper, poeta e ator Pelé do Manifesto, antecedendo a mesa “Narrativas de Cor e Som: Comunicação Documental Amazônica”, às 10h15, com o comunicador social com habilitação em jornalismo, produtor cultural, cofundador e coordenador geral da Na Cuia – Agência de Comunicação & Produtora Cultural, além de jovem liderança pelo programa Embaixadores da Juventude do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes Matheus Botelho, a roteirista, cineasta e educadora audiovisual Mayara Coelho, a artista visual, educadora, ativista LGBTQIAPN+ e pesquisadora Nay Jinks, e a fotógrafa e idealizadora do projeto (Re)conhecendo a Amazônia Negra, Marcela Bonfim. A mesa será moderada por Rosenildo Ferreira, fundador do site de notícias 1 Papo Reto e correalizador do Festival FALA!.

Às 14h acontecerá a oficina técnica “Na Linha de Frente: Segurança Digital e Offline para Jornalistas e Comunicadores”, com a comunicadora popular e ativista racial, socioambiental e climática Waleska Queiroz, e a comunicadora e educadora popular, especialista em saúde e bem estar mental Paula Amaral. 

Uma roda de conversa com o tema “De Rádios a Podcasts: a Importância da Oralidade na Comunicação dos Povos da Floresta”, com a jornalista, mestre em ciências da comunicação e co-fundadora da produtora de comunicação Maré Cheia Denise Salomão, o graduado em pedagogia com especialização em jornalismo científico, e coordenador de educação, cultura e comunicação do Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental e Projeto Saúde e Alegria Fábio Pena, a atuante na promoção e no desenvolvimento de rádios comunitárias na região Norte do Brasil, fundadora da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (ABRAÇO) Nagi Sanches. Será moderadora a professora da Faculdade de Comunicação da UFPA, Rosane Steinbrenner.

A ultima roda de conversa será sobre o “Manual de Redação Antirracista: Imprensa Negra, Ética e Técnicas de Reportagem”, com participação de Pedro Borges, jornalista e cofundador da Alma Preta, e Ana Flávia Magalhães Pinto, professora, historiadora com formação em jornalismo e letras, diretora geral do Arquivo Nacional, e secretária do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), também integrante da Rede de Historiadoras Negras e Historiadores Negros, que faz parte da Coalizão Negra por Direitos. A mediação será conduzida por Fernanda Rosálio, jornalista premiada na categoria “Jovens Jornalistas” no Prêmio 99 de Jornalismo em 2020 e 2021, com experiência em projetos voltados a direitos humanos, combate ao racismo, meio ambiente, educação midiática e diversidade, e que participou da equipe de elaboração do manual.

Haverá também a apresentação de projetos dos coletivos de comunicação de Pernambuco. A programação segue com uma intervenção artística às 16h45, e a mesa “Como Vamos Cobrir a Conferência do Clima 2025?” às 17h, com a bacharel em políticas públicas pela Universidade Federal do ABC, e coordenadora de Comunicação Institucional do Instituto de Referência Negra Peregum Alice de Carvalho,  a indígena do povo Sateré Mawé, bióloga, ativista ambiental e comunicadora, componente da equipe de comunicação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), além de embaixadora da WWF Brasil Samela Sateré Mawé, a jornalista e cofundadora da agência Amazônia Real, Elaíze Farias, e a jornalista especializada em mudança do clima e meio ambiente, Anna Beatriz dos Anjos da Agência Pública.

A moderação será feita pela jornalista da Folha de São Paulo, Ana Carolina Amaral, especializada na cobertura de clima e veterana na cobertura de Conferências do Clima. O encerramento está programado para às 18h30, com uma intervenção artística de Layse e os Sinceros com Mestre Curica e Mestre Solano às 18h45.

“O Festival FALA! nos dá a oportunidade de trocar experiências e conhecimentos com comunicadores periféricos, jornalistas e mídia-ativistas que realizam trabalhos fantásticos em seus territórios. Em Belém, não será diferente. Minha expectativa é aproveitar os dias de Festival para mergulhar na rica e singular cultura paraense”,  conclui Rosenildo Ferreira.

Para conferir a programação completa e se inscrever, acesse o site oficial aqui.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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