A Conferência das Partes (COP), mais conhecida como Conferência do Clima, é o órgão composto por países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), acordo ambiental da comunidade internacional para mitigar os impactos das mudanças climáticas e frear as emissões de gases poluentes na atmosfera.
Este ano, a 29ª Conferência do Clima foi marcada por divergências entre os países em desenvolvimento e protestos de ambientalistas, insatisfeitos com as medidas anunciadas pelas nações.
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A Alma Preta acompanhou o evento, ocorrido em novembro no Azerbaijão, e expôs alguns dos acontecimentos.
A presença de empresas condenadas por crimes ambientais e políticos defensores do garimpo na comitiva brasileira da COP29 foi denunciada em reportagem.
Os paineis de debates “Potencial Brasileiro para Soluções Baseadas na Natureza”, “Amazônia Múltipla: Pobreza Multidimensional” e “Uma agenda integrada para a Amazônia brasileira: impulsionando um futuro sustentável”, realizados com o pavilhão dos governadores da Amazônia, contaram com a presença da Vale e da Hyrdo-Alunorte.
Ambas companhias enfrentaram condenações milionárias por ocasionarem desastres ambientais em Minas Gerais e no Pará. A Vale foi responsabilizada pela morte de, pelo menos, 272 trabalhadores no rompimento da barragem de Brumadinho. Já a refinadora Hydro-Alunorte foi condenada pela contaminação de áreas da região paraense de Barcarena.
O deputado estadual Wescley Tomaz (AVANTE-PA), defensor declarado da “classe garimpeira” e do “setor produtivo”, também integrou a comissão do Brasil na Conferência. Em vídeo publicado nas redes sociais durante o evento ambientalista, o parlamentar defendeu que as “severas restrições ambientais” brasileiras atrapalham o desenvolvimento do país.
A COP29 ainda foi marcada pela mobilização de movimentos sociais em prol de comunidades marginalizadas. As demandas, evocadas de organizações negras, indígenas e quilombolas, solicitaram a inclusão de pautas relacionadas a populações tradicionais e periféricas.
O fim da guerra e do genocídio na Faixa de Gaza, na Palestina, também foi pautado pelos manifestantes, em protesto ocorrido no dia 11 de novembro, na capital Baku.
“Nós fomos silenciados pelas Nações Unidas. Nós fomos questionados para não apresentar fotos da minha família para as pessoas, fomos questionados para não usarmos slogans sobre ‘Palestina Livre’, documentos que falem para tirarem o financiamento de um genocídio, que falem sobre o fim do assassinato de pessoas”, contou Mohammed Usrof, do Instituto Palestino para Estratégia Climática, para a Alma Preta na ocasião.