Frango com batatas, salada de cenoura com repolho e melancia de sobremesa. O que parece um menu “detox” é uma das refeições servidas na cantina da escola municipal Roberto Burle Marx, em Curicica, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que tomou a decisão de combater a obesidade que afeta uma em cada três crianças brasileiras.
Os alimentos ultraprocessados foram banidos pela Prefeitura do Rio. Biscoitos ou pães com aditivos na hora do lanche também não serão servidos. No lugar deles, os alunos têm no cardápio frutas e hortaliças tipicamente brasileiras, mas esquecidas pela cozinha cotidiana, como inhame, quiabo e caqui.
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De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2022, 14,2% das crianças brasileiras entre zero e cinco anos viviam com sobrepeso, enquanto no mundo, a taxa é de 5,6%. Entre os adolescentes, 33% têm excesso de peso e obesidade. A média global é de 18,2%.
Vera Lúcia Pereira é mãe, avó e uma das colaboradoras da iniciativa Favela Orgânica, no Morro da Babilônia, no Leme (RJ). Ao lado de 160 mulheres aprendeu a preparar verduras orgânicas de forma mais saudável e criativa. Segundo ela, em entrevista à AFP, a neta de sete anos come melhor que as gerações anteriores.
O projeto busca transformar os hábitos alimentares por meio de encontros e sensibilização, como grafites de receitas saudáveis pintadas nas paredes das ruas.
Regina Tchelly, fundadora do projeto, tem um livro de receitas premiado pelo Prêmio Jabuti 2023 e propõe intervenções nas escolas. Segundo ela, em entrevista à AFP, o livro tem o objetivo de fazer com que as crianças tenham cinco núcleos no prato com produtos naturais.