Ex-moradores estão acampados em frente a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos até a prefeitura resolver de forma eficiente a questão da moradia para todos como direito fundamental
Texto / Thalyta Martins
Imagem / Agência Brasil / EBC
Em virtude da queda na madrugada de terça (1º de maio) do antigo prédio da Polícia Federal, situado no Largo do Paissandú e que estava ocupado por moradores sem-teto, os ex-habitantes do local necessitam de doações de itens básicos diversos até a resolução do episódio – eles estão alocados, por ora, entre o largo, abrigos e outras ocupações.
As pessoas que estão no largo cobram por uma solução em longo prazo. Segundo eles, levar moradores para albergues da Prefeitura de São Paulo só maquia o problema, o que fará as pessoas estarem morando nas ruas em pouco tempo. Eles cobram por moradia de qualidade, um direito fundamental para a manutenção da dignidade humana.
A demanda é por itens como cobertores, colchonetes, barracas, água, alimentos não perecíveis, copos, pratos, talheres, alimentos prontos também – por conta da dificuldade estrutural para cozinhar para todos -, frutas, brinquedos, lápis de cor, canetinhas, livros de colorir, fraldas descartáveis, fraldas geriátricas, papel higiênico, guardanapos, absorventes, lenços umedecidos, sabonetes, pasta de dente, escova de dente e sacos de lixo.
Posto de coleta
– Casa no Meio do Mundo: Rua Itamonte, 2008 A, Jardim Brasil, Zona Norte
– Ocupação Mauá: Rua Mauá, 340, Centro
– Cruz Vermelha: Avenida Moreira Guimarães, 699, Indianópolis
– Memorial da América Latina: Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda
– Al Janiah: Rua Rui Barbosa, 269, Bixiga
– Paróquia Santa Ifigênia: Rua Santa Ifigênia, 30, Santa Ifigênia
– Ocupação Luana Barbosa: Rua Doutor Augusto Miranda, 22, Vila Pompeia
– Sede do DCE Livre da USP, Cidade Universitária: Avenida Professor Almeida Prado, 1280, Butantã
– Centro Acadêmico de Farmácia e Bioquímica, CAFB/USP: Avenida Professor Lineu Prestes, 580, Butantã
– Faculdade de Direito do Largo de São Francisco: Largo São Francisco, 95, Centro
– Centro Acadêmico Oswaldo Cruz: Avenida Doutor Arnaldo, 455, Pacaembu
– Cefisma IFUSP: Rua Irede de Mattos Alonso, 135, Vila Lageado
– Ceupes Ísis Dias de Oliveira: Avenida Professor Luciano Gualberto, 315, Cidade Universitária
– CAHIS-USP Luiz Eduardo Merlino ( FFLCH): Rua do Lago, 717, Vila Universitária/Butantã
– GFAU USP: Rua do Lago, Butantã
– Grêmio Politécnico: Avenida Professor Almeida Prado, 128, Butantã
– CAPMS – IAG: Rua do Matão, 1226, Cidade Universitária
Tragédia do dia 1º de maio
O edifício Wilton Paes de Almeida, de 24 andares e 11 mil m², construído no final da década de 1960 e localizado no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, pegou fogo e desabou de forma vertical na madrugada de 1º de maio.
O prédio era ocupado por famílias organizadas pelo MLSM (Movimento de Luta Social por Moradia) desde 2008-09. Segundo o Corpo de Bombeiros, mais de 300 pessoas viviam no local. Uma vítima fatal foi confirmada e pelo menos 49 pessoas estão desaparecidas.