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Samarco, Vale e BHP propõem indenização de R$ 127 bi por desastre em Mariana

Mineradoras da Samarco são responsáveis por rompimento de barragem na cidade mineira, em 2015, que resultou na morte de 19 pessoas
Uma visão geral de onde uma barragem rompeu na vila de Bento Rodrigues, em Mariana, estado de Minas Gerais, no sudeste do Brasil, em 6 de novembro de 2015. A Vale e BHP, da Samarco, propuseram indenização pelo rompimento de uma barragem em 2015 no Brasil que matou 19 pessoas e inundou dezenas de cidades.

Foto: Douglas Magno/AFP

30 de abril de 2024

As mineradoras Vale e BHP, proprietárias da Samarco, apresentaram à Justiça uma proposta de pagamento de aproximadamente 127 bilhões de reais em indenizações pelo rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais, ocorrido em 2015 e que resultou na morte de 19 pessoas.

O acordo, divulgado na segunda-feira (29), contempla obrigações passadas e futuras, totalizando R$ 127 bilhões, cerca de US$ 25 bilhões, para uma reparação definitiva dos danos, conforme comunicado da Vale ao mercado.

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O desastre, ocasionado pelo rompimento da barragem de Fundão, pertencente à Samarco, resultou no derramamento de 40 milhões de metros cúbicos de lama tóxica no rio Doce e no oceano Atlântico, afetando severamente a cidade de Mariana e comunidades ao longo de um percurso de 650 km.

A proposta das empresas brasileira e anglo-australiana tem como objetivo alcançar a “pacificação social”, segundo afirma no comunicado da empresa Gustavo Duarte Pimenta, vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale. No entanto, a aprovação de todas as partes envolvidas é necessária, caso contrário, novas condições serão negociadas.

O comunicado da empresa afirma que do montante proposto, R$ 37 bilhões já foram investidos em auxílios e indenizações até março deste ano, o que teria beneficiado cerca de 430 mil pessoas afetadas. Além disso, a Vale aponta que está previsto um ressarcimento em efetivo de R$ 72 bilhões a ser pago ao governo federal, aos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e aos municípios afetados, ao longo de um período determinado. Outras obrigações somam R$ 18 bilhões.

Embora 85% dos reassentamentos das comunidades impactadas já tenham sido concluídos, a proposta ainda precisa ser aprovada pela Justiça. Em janeiro, as empresas foram condenadas a pagar R$ 47,6 bilhões por danos morais coletivos, uma decisão que está sujeita a recurso. Além disso, uma ação coletiva está em tramitação nos tribunais britânicos, com audiência marcada para outubro deste ano, buscando uma indenização adicional contra a BHP.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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