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Seca extrema na Amazônia afeta 420 mil crianças indígenas, alerta Unicef

Crise climática impede acesso a comida, água e saúde em áreas isoladas no Brasil, Peru e Colômbia e intensifica riscos sociais e de segurança
Crianças caminham em um banco de areia a caminho da escola na Comunidade Santo Antônio, em Novo Airão, estado do Amazonas, norte do Brasil, em 1º de outubro de 2024. Mais de 420 mil crianças na bacia amazônica estão sendo afetadas por uma seca extrema que assola grande parte da América do Sul.

Foto: Michael Dantas/AFP

7 de novembro de 2024

A seca extrema na Amazônia, associada às mudanças climáticas, afeta diretamente mais de 420 mil crianças, especialmente em comunidades indígenas do Brasil, Peru e Colômbia, onde a população depende dos rios para acessar alimentos, assistência médica e escolas. 

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), órgão que protege e defende os direitos de crianças e adolescentes, os efeitos da estiagem incluem o fechamento de escolas e postos de saúde e uma piora nas condições de nutrição e saúde infantil, além do aumento de doenças como dengue e malária.

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“Assistimos à devastação de um ecossistema essencial, do qual dependem inúmeras famílias. Muitas crianças estão sem acesso adequado à comida, água e serviços essenciais”, afirmou Catherine Russell, diretora-executiva do Unicef.

Os impactos da seca são severos em toda a bacia amazônica, que abrange nove países, com destaque para o Brasil, onde o Amazonas e seus afluentes — fundamentais para a locomoção e a economia locais — quase secaram.

“Os rios são como estradas na Amazônia. Sem eles, o acesso a serviços e alimentos é interrompido, bloqueando a economia local“, explicou Antonio Marro, gerente de emergências do Unicef para a América Latina.

Além das dificuldades logísticas, o Unicef alerta para um agravamento da situação de segurança infantil na Colômbia, onde crianças de áreas isoladas enfrentam um maior risco de recrutamento por grupos armados. A emergência levou os governos da região a implementarem planos de ajuda, mas a vasta extensão territorial e o isolamento das comunidades indígenas complicam o socorro.

Apenas no Brasil, mais de 1.700 escolas e 760 centros de saúde estão fechados ou inacessíveis, enquanto no Peru o departamento de Loreto registrou o fechamento de 50 postos de saúde. Na Colômbia, 130 escolas foram forçadas a suspender as aulas devido à crise.

Com a aproximação da conferência climática da ONU, a COP29, o Unicef solicita US$ 10 milhões (cerca de R$ 57,6 milhões) em doações para atender à emergência e garantir suporte às comunidades afetadas.

Texto com informações da Agence France-Presse.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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