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Sede de tradicional escola de samba de Belém é invadida e depredada, com apoio policial

De acordo com a Escolas de Samba Associadas (ESA), os agentes da Polícia Civil estavam armados e impediram que os proprietários da sede realizassem qualquer tipo de intervenção para parar os vândalos.
Paredes da escola de samba em Belém são derrubadas.

Paredes da escola de samba em Belém são derrubadas.

— Reprodução/Redes sociais

10 de abril de 2025

A sede da escola de samba Deixa Falar, em Belém, foi invadida e depredada por um grupo de homens, com apoio de agentes da Polícia Civil do Estado do Pará, na madrugada desta quinta-feira (10).

Paredes do imóvel, localizado há mais de 30 anos na Travessa Cesário Alvim, bairro da Cidade Velha, chegaram a ser derrubadas pelo grupo, que utilizou materiais de construção na ação. 

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De acordo com a assessoria da Escolas de Samba Associadas (ESA), os agentes da Polícia Civil estavam armados e impediram que os proprietários da sede realizassem qualquer tipo de intervenção para parar os vândalos.

Ainda segundo a ESA, as placas das viaturas não eram visíveis. Também não foi apresentado um mandado judicial ou outra documentação que justificasse a operação.

O Grêmio Recreativo Cultural e Carnavalesco Deixa Falar é uma das escolas mais tradicionais de Belém. Em 2025, a agremiação ganhou destaque nacional no Carnaval do Rio de Janeiro ao compor o samba-enredo que a Grande Rio levou à Marquês de Sapucaí.

A diretoria da escola de samba denunciou o caráter violento da ação e cobrou respostas das autoridades. “É uma violência contra a cultura popular, contra a história da nossa cidade e contra uma instituição que promove arte, inclusão e cidadania há mais de três décadas”, afirma o presidente da Deixa Falar, Esmael Tavares.

A ESA destacou que essa ação marca um golpe à história da agremiação e do carnaval paraense. A entidade disse que medidas jurídicas estão sendo tomadas.

“Absurdo que autoridades garantidoras de direitos apoiem tamanha arbitrariedade, sem apresentação de nenhum documento que valide a ação”, pontuou o presidente da ESA, Fernando Guga.

Procurada pela Alma Preta, a Polícia Civil do Estado do Pará afirmou não ser verdade “que agentes da instituição invadiram um imóvel no bairro da Cidade Velha, em Belém.”

Segundo comunicado enviado à reportagem, “uma equipe da Divisão de Investigação e Operações Especiais (DIOE) foi acionada após receber uma denúncia, feita pelo dono do local, de apropriação indevida do prédio. A Polícia Civil foi até o imóvel para identificar e intimar os responsáveis pelo crime. Uma pessoa compareceu à DIOE para prestar esclarecimentos, onde, em seguida, foi feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por esbulho possessório, além de assinar um Termo de Compromisso de Comparecimento à Justiça quando convocada.”

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