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Startup de turismo para negros é selecionada por aceleradora de negócios entre 760 iniciativas

29 de janeiro de 2018

Selecionados para Estação Hack, empreendedores realizam vaquinha virtual para custear despesas em São Paulo

Texto e Imagem / Divulgação

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Presente nos principais programas de aceleração do País, a startup Diaspora.Black, primeira rede de turismo focada na população negra, inicia em janeiro um novo desafio: a aceleradora Estação Hack, promovida pelo Facebook e Artemísia. Entre janeiro e junho, a empresa ficará sediada no centro de inovação da empresa, em São Paulo. Apesar do reconhecimento, os empreendedores dependem de uma vaquinha virtual para participar da aceleração.

A arrecadação teve início no dia 10 de janeiro. As contribuições variam de R$ 15 a R$ 10 mil reais, com recompensas que incluem cartões, brindes e diárias na rede de hospedagem cadastrada na plataforma.

A Diaspora.Black é única startup da América Latina focada no turismo para a população negra, e integra o grupo de 10 selecionadas para a residência na Estação Hack em um universo de 760 iniciativas inscritas. Atuando como um market place, a empresa aposta no turismo para promover geração de renda e valorizar a cultura negra.

O modelo foi desenhado ao longo do último semestre, com consultorias dos principais processos de aceleração do País, como o #Labora, promovido pelo Instituto Oi Futuro em parceria com o fundo internacional Yunus Negócios Sociais. A startup também é residente no Oito, espaço de inovação da Oi, no Rio.

Apesar da trajetória bem sucedida em apenas um ano, a startup não conta ainda com qualquer investimento. Os três sócios investiram mais de R$ 40 mil na iniciativa, além de R$ 17 mil arrecadados numa primeira campanha de financiamento coletivo, em 2016.

“Se empreender é difícil para qualquer jovem, para nós, negros, este desafio se soma à outras dificuldades. Temos 3X mais chance de ter o investimento negado, segundo o Sebrae, e não contamos com uma rede familiar de suporte financeiro para atravessar o percurso até a sustentabilidade do negócio”, conta o CEO da Diaspora.Black, Carlos Humberto Silva. “Ao sermos selecionados, nossa sensação foi como ter sido aprovado para a melhor universidade de medicina, mas sem ter como arcar com os custos”, compara.

Para não perder a oportunidade de apoio do Facebook, os sócios organizaram uma campanha de financiamento coletivo na internet. O objetivo é arrecadar cerca de R$ 35 mil para cobrir parcialmente os custos de alimentação, transporte e moradia em São Paulo, durante o período de aceleração.

“Nossa situação é comum a todo um mercado com a cara e a trajetória representativas da população brasileira. Chegar ao programa de inovação mais disputado do País abre uma oportunidade de visibilidade para todo o ecossistema afro-empreendedor, que acredita na sua cultura como valor de inovação e diferencial de mercado”, completa Carlos Humberto.

Em operação desde julho, a Diaspora.Black está presente em mais de dez países com cerca de 1.500 usuários. O primeiro serviço oferecido são acomodações compartilhadas, mas ao longo desse ano serão incluídas agências de viagens, guias e roteiros, restaurantes, estabelecimentos culturais, entre outros serviços. Os usuários também têm descontos em estabelecimentos credenciados, promovendo a circulação econômica na comunidade negra.

“O propósito é reunir e fortalecer coletivamente as referências culturais e simbólicas da cultura negra em uma única plataforma”, explica Carlos Humberto. O executivo idealizou a plataforma após vivenciar situações de racismo em plataformas de acomodações compartilhadas. A situação foi alvo de estudo pela Universidade de Harvard, que identificou um índice de 16% de rejeição para a população negra em plataformas digitais colaborativas.

Confira o vídeo sobre a idealização da plataforma. 

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