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‘Tem gente com fome’: Campanha quer levar alimentos para mais de 222 mil famílias brasileiras

O objetivo é arrecadar alimentos em cestas básicas para famílias, mapeadas pelas organizações e redes coordenadoras da ação, afetadas pela crise provocada pela pandemia

Texto: Redação | Imagem: DiCampana Foto Coletivo

campanha

16 de março de 2021

A Coalizão Negra por Direitos, Anistia Internacional, Oxfam Brasil, Redes da Maré, Associação Brasileira de Combate às Desigualdades, 342 Artes, Nossas – Rede de Ativismo, Instituto Ethos, Orgânico Solidário e Grupo Prerrogativas lançam nesta terça-feira (16) a campanha nacional de arrecadação de fundos para ações emergenciais de enfrentamento à fome, à miséria e à violência na pandemia de Covid-19 chamada “Tem gente com fome”.

A campanha de financiamento coletivo tem o objetivo de arrecadar alimentos em cestas básicas para entregar a 222.895 famílias em todas as regiões do Brasil, que foram mapeadas pelas organizações e redes que coordenam a ação. O site para doações é o temgentecomfome.com.br e pode receber contribuições de diversas faixas de valor. As doações serão revertidas em alimentos, produtos de higiene e produtos de limpeza.

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Por meio da ação permanente nos territórios onde as organizações da Coalizão Negra atuam, a ideia é também estimular a formação de mutirões de solidariedade, grupos de pessoas dispostas a atuar na entrega das cestas básicas, de EPIs e material de higiene, na organização e acompanhamento das famílias para locomoção de idosos para vacinação, mobilização para defesa e conscientização sobre lockdown e mobilização para incidência política local junto aos poderes constituídos, poderes públicos e instituições locais.

A finalidade é alcançar os mais diversos setores da sociedade brasileira capazes de colaborar com a manutenção de condições mínimas de saúde e alimentação de pessoas em situação de vulnerabilidade. Com a piora dos casos do coronavírus no país, mais de 278 mil mortes, ultrapassando 11 milhões de infectados e as consequências da pandemia atingindo cada vez mais a população negra e periférica, a questão da fome se tornou emergencial.

Após décadas, o Brasil está no caminho de voltar a integrar o mapa mundial da fome. São mais de 39 milhões de pessoas vivendo na miséria, 14 milhões em situação de extrema pobreza e 14 milhões desempregadas, segundo os dados de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Cidadania.

Além das mais de 200 organizações, coletivos e entidades do movimento negro que compõem a Coalizão Negra Por Direitos, o movimento global Anistia Internacional, o grupo 342 Artes, a Associação Brasileira de Combate às Desigualdades (ABCD), a organização Oxfam Brasil, a instituição Redes da Maré, o Instituto Ethos, a rede de ativismo Nossas, a plataforma Orgânico Solidário e o Grupo Prerrogativas que constroem a campanha, artistas como Camila Pitanga, Antonio Pitanga, Zeca Pagodinho, Emicida, Zezé Motta, Ailton Graça, Tulipa Ruiz, Alzira Espíndola, o escritor Milton Hatoum, a chefe de cozinha Bel Coelho, o líder indígena Ailton Krenak, as filósofas Sueli Carneiro, Cida Bento e Djamila Ribeiro e a jornalista Flávia Oliveira também apoiam a iniciativa.

O nome da campanha é inspirado no poema “Tem gente com fome”, do pernambucano Solano Trindade, poeta, escritor, teatrólogo, cineasta, artista plástico e militante histórico do movimento negro brasileiro que nos deixou em 1974. “Tantas caras tristes querendo chegar em algum destino, em algum lugar. Se tem gente com fome, dá de comer”, diz um trecho.

De acordo com os organizadores, a iniciativa não se trata de um trabalho de distribuição aleatória de cestas básicas e sim do apoio a territórios onde há trabalho de base, onde há mobilização de luta por direitos humanos, lideranças organizadas e articuladas em redes de lutas sociais em todo o país. Garantir apoio para esse universo é uma forma de fortalecer o trabalho no campo dos direitos humanos, da organização popular, do movimento negro e de favelas; alimentar  condições e esperança as iniciativas coletivas e comunitárias, as lideranças locais, que são o contingente de defensores de direitos sociais dispostos a ajudar o Brasil a atravessar esse período de crise.

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