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Tenente coronel da PM é chamado de “macaco” em palestra online sobre racismo

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10 de fevereiro de 2021

Para ouvidor da Polícia Militar, o crime ocorreu porque o fato de o coronel ser policial não o afasta de sua condição de pessoa negra na sociedade

 Texto: Roberta Camargo | Edição: Nataly Simões | Imagem: Reprodução/Twitter

Comandante do 11º Batalhão da Polícia Militar, na área dos Jardins e Consolação, Evanilson de Souza foi chamado de “macaco” em sua participação na conferência online do curso de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) na terça-feira(9). A vítima atua na frente de combate ao racismo e fará parte da Câmara temática da PM sobre o tema.

Segundo o ouvidor da polícia, o Dr. Elizeu Soares Lopes, o crime aconteceu porque o racismo no Brasil atinge toda a população negra e o fato de o coronel ser policial não o afasta de sua condição de pessoa negra na sociedade.

“Não é por acaso que ele sofreu racismo e é preciso ter uma resposta de igual dimensão para esse crime”, avalia. O tenente agredido vai unir provas e abrir boletim de ocorrência para registrar o crime.

Lopes conta que a atuação de Evanilson como instrutor da PM no combate ao racismo e a participação na conferência online com os alunos da USP tinha essa finalidade. “Trata-se de uma pessoa de representatividade muito grande para os direitos humanos aqui no Brasil, as pessoas que cometeram esse crime tem que ser presas”, afirma.

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O insulto foi escrito por cima da apresentação do PM. Foto: Reprodução

Em nota enviada à agência Alma Preta, a Polícia Militar do Estado de São Paulo informou que repudia as ofensas raciais e mensagens de ódio praticadas contra o tenente-coronel. Além disso, a corporação reforçou que Evanilson de Souza foi convidado pela organização do curso para, justamente, expor o programa de combate ao racismo da PM e que o ataque, que também se qualifica como um crime cibernético, prejudicou o andamento da apresentação.

Também procurado pela reportagem, o Instituto de Relações Internacionais da USP afirmou repudiar a prática do crime classificado pela universidade como “inaceitável” e “que fere os princípios constitucionais da honra e dignidade da pessoa humana”. Segundo o instituto, os coordenadores do curso já enviaram denúncia para a Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a ocorrência foi registrada na manhã desta quarta-feira (10).

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