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Vídeo-dossiê mostra violência policial contra população da Cracolândia durante pandemia

Documento foi apresentado na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo para discussão sobre a gravidade da situação e os gargalos do atendimento às pessoas em situação de vulnerabilidade

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Fotos Públicas/ Allan White

Imagem mostra dezenas de pessoas em situação de rua na praça princesa Isabel, no centro de São Paulo

Imagem mostra dezenas de pessoas em situação de rua na praça princesa Isabel, no centro de São Paulo

17 de maio de 2021

Um vídeo-dossiê elaborado pelo coletivo Craco Resiste registrou imagens de ataques violentos e sem motivação por agentes do Estado contra a população em vulnerabilidade social que vive na região da Cracolândia, no centro da cidade de São Paulo. Durante a pandemia da Covid-19, os moradores também têm passado por um processo de expulsão dos cortiços e pensões populares na área.

O documento intitulado de “Não é confronto, é massacre” mostra imagens de agressões ocorridas entre dezembro de 2020 e março de 2021.  O dossiê foi apresentado na Câmara Municipal de São Paulo no dia 13 de maio, em uma audiência da Comissão Extraordinária de Cidade e Direitos Humanos presidida pela vereadora Erika Hilton (PSOL).

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“Tais condutas violam os direitos humanos e fazem parte do projeto político, empregado pela Prefeitura e pelo Governo do Estado de São Paulo, de expulsão das pessoas pobres e que estão em situação de vulnerabilidade social das áreas centrais da cidade; um projeto político de gentrificação”, apontou a vereadora.

Uma nova audiência sobre a situação dessa população da Cracolândia estava marcada para o dia 20, porém outra data será definida por conta do luto decretado após a morte do prefeito Bruno Covas (PSDB), no dia 16, vítima de câncer.

A proposta da audiência é que a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Berenice Giannella, explique a falta de acesso dos serviços que atendem e acolhem as pessoas em situação de rua.

Também foram convidadas para falar na audiência pública, Cássia Travensolo, supervisora da Assistência Social da região da Sé; Anna Trotta, promotora de Justiça de Direito Humanos do Ministério Público do Estado de São Paulo; Fernanda Balera, defensora Pública do Estado de São Paulo e representantes da sociedade, como o Fórum da Cidade de São Paulo da População em Situação de Rua e o Movimento Nacional População de Rua.

O censo feito pela prefeitura, em 2015, apontou uma população em situação de rua de 16 mil pessoas. No levantamento de 2019, antes da pandemia, o total foi de 24,3 mil, uma alta de 51% em quatro anos. Não existe dado específico sobre quantas pessoas vivem na Cracolândia.

Atualmente, na região da Luz, a gestão municipal mantém o projeto Redenção, com unidades emergenciais de atendimento, conhecidas como Atende, para acolhimento e atendimento de dependentes químicos, e são disponibilizados serviços de higiene pessoal, alimentação e ressocialização.

Quando a temperatura na cidade fica abaixo de 13ºC, a prefeitura coloca em ação a Operação Baixas Temperaturas, com acolhimento de pessoas em situação de risco para locais protegidos do frio. Durante esse período, as vagas nos Centros de Acolhida são ampliadas de acordo com a demanda.

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