O estudo “O impacto das múltiplas violações de direitos contra crianças e adolescentes”, lançado pelo Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CPPHA), revela dados alarmantes sobre adolescentes vítimas de violência letal em São Paulo. Entre esses jovens, 90% viviam em situação de pobreza extrema.
O estudo aponta que 29% dos adolescentes mortos haviam cumprido medidas na Fundação Casa, com alta taxa de mortalidade entre aqueles que saíram da instituição. Entre 2015 e 2022, 2.539 crianças e adolescentes foram mortos em São Paulo.
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O acesso e a permanência na escola são fatores cruciais para proteger a vida de crianças e adolescentes, segundo o informe. Entre 2018 e 2020, 53% dos adolescentes mortos de forma violenta estavam registrados na base da Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Desses, 66% haviam evadido da escola, o que significa que dois em cada três adolescentes que morreram de forma violenta no estado estavam fora da escola (sem ter concluído o ensino médio) no momento de suas mortes.
Além disso, entre os 699 adolescentes identificados na base de dados da secretaria, mais da metade (51%) abandonou a escola entre o 9º ano do Ensino Fundamental e o 2º ano do Ensino Médio. O ano crítico de abandono parece ser o 1º do Ensino Médio, quando quase 1 em cada 3 desses adolescentes deixou a escola.
Os jovens tinham entre 15 e 16 anos quando evadiram e, na maioria dos casos, já haviam sido reprovados pelo menos uma vez durante sua trajetória escolar. Em 70% dos casos, a morte ocorreu entre um e dois anos após a evasão escolar.