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13 filmes com protagonistas LGBTs negros

29 de junho de 2017

Filmes LGBTs com negros ainda são raros; o Alma Preta preparou uma lista com produções desse tipo

Texto: Iacy Correia e Solon Neto
Imagens: Divulgação

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A diversidade tem se tornado um fator determinante na avaliação critica de produtos audiovisuais. Quando um filme, clipe ou série não atende esse quesito, as críticas surgem severas, tornam-se trending topics, geram polêmicas e se ampliam. É uma consequência do posicionamento firme de movimentos sociais mundo afora, que utilizando novas mídias exigem representatividade.

Longe do ideal, pois os estereótipos ainda são maioria nas narrativas LGBT do cinema, alguns observadores argumentam que há contradições como as relações de marketing e a busca por nichos de mercado. As Indústrias Criativas do cinema se ampliaram a partir dos anos 90, liberalizando seu discurso de forma lenta, por exemplo.

Dentro do movimento negro, os LGBTs sempre ocuparam lugares destacados na formulação e na liderança. O que não impediu certo apagamento e conflitos.No audiovisual essa problemática se amprofunda, e a escassez de representatividade negra em narrativas LGBT é ainda maior.

Em busca de filmes que conseguiram destacar narrativas do gênero com qualidade, o Alma Preta preparou uma lista com 13 filmes que abordam a temática. Os filmes foram lançados entre 1989 e 2017, e mostram a evolução da abordagem ao longo de quase 3 décadas.

1. Línguas Desatadas (Tongues Untied) , de Marlon Riggs – 1989.

As falhas do Novo Cinema Gay são expostas, gênero que na maioria da vezes é feito por brancos. Uma jornada através de duas subculturas marginalizadas por meio de imagens de performances, cenas chocantes, entrevistas sérias, críticas mordazes à homofobia em filmes negros, pessoas em close recitando poesia ou simplesemente contando suas vidas, formando um retrato de energia inesgotável tanto dos negros quanto dos homossexuais.

Tongues Untied

2. Paris is Burning , de Jennie Livingston – 1990.

O documentário explora a cena dos Ballrooms de New York na segunda metade dos anos 1980. Criada pela população LGBT de origem afro-latina, essa subcultura é explorada em todos os seus aspectos e reflexões, tendo como foco alguns personagens marcantes de uma cena local.

3. The Watermelon Woman , de Cheryl Dunye – 1996.

Cheryl é uma jovem negra e lésbica, que trabalha na Filadélfia com sua melhor amiga Tamara. Ela esta obcecada pela ideia de fazer um filme que retrata a sua busca por uma atriz negra da década de 30, conhecida como Mulher Melancia. Seguindo as pistas, ela descobre o verdadeiro nome da atriz e desconfia que ela teve um caso com uma diretora de cinema branca. Ao mesmo tempo em que faz as descobertas, Cheryl se envolve com Diana, uma mulher branca.

The Watermelon Woman

4. De Irmão Pra Irmão (Brother to Brother) , de Rodney Evans  – 2004.

Perry Williams de 18 anos é um artista gay e afro-americano que descobre as subculturas gay e lésbicas dentro de Harlem Renascence, enquanto trabalha e estuda em Nova York. O êxito do mundo da arte está à sua porta, mas Perry tem medo de vender-se a um privilegiado mundo branco. Ao mesmo tempo em que tem o apoio da comunidade e boa parte da família, Perry tem que suportar comentários homofóbicos e o repúdio por parte do seu pai, além de manter o seu relacionamento com um homem branco.

Brother to Brother

5. Noah´s Arc Jumping The Broom , de Patrik-Ian Polk –  2008.

Noah é um aspirante a roteirista de cinema que tenta obter sucesso na profissão e em sua vida amorosa. Nas suas desventuras, Noah é acompanhado pelos amigos: Alex, um orientador de pessoas portadoras do vírus HIV; Ricky, dono de uma loja de roupas e um sujeito sexualmente instável; e Chance, que tenta manter um relacionamento equilibrado com o namorado e com a filha dele.

Noahs Arc Jumping the Broom

6. Black Womyn: Conversations with Lesbians of African Descent , de Tiona McClodden – 2008.

É um documentário que retrata as vidas  de lésbicas negras de diversas origens. Por meio de entrevistas, o documentário aborda questões sobre sexualidade, religião, amor, relacionamentos, o casamento, discriminação e homofobia, o ativismo, identidade de gênero, entre outras.

Black Womyn

7. Still Black: A Portrait of Black Transmen, de Kortney Ryan Ziegler – 2008.

O documentário que explora a vida de seis homens de negros transgêneros vivendo nos Estados Unidos. Por meio das histórias íntimas e de suas vidas como artistas, estudantes, maridos, pais, advogados e professores, o filme oferece traz a tona a discussão complexa e multifacetada sobre a vida de uma pessoa trans.

Still Black

8. Leave It On The Floor, de Sheldon Larry –  2011.

Brad é um homem negro que briga com a sua mãe e foge de sua casa. Por um acaso, onde ele encontra uma família nova desorganizada em Los Angeles, foco da atual da cena ballroom, tão imortalizada em Paris is Burning

Leave it on the floor

9. Meu Nome é Kuchu (Call Me Kuchu) , de Katherine Fairfax Wright e Malika Zouhali-Worrall – 2012.

David Kato, primeiro gay assumido de Uganda, iniciou uma luta pelos direitos da comunidade LGBT do seu país. Sua causa foi dificultada quando foi promulgada uma lei que propõe pena de morte para homossexuais soropositivos e prisão para aqueles que acobertem gays. Kato é um dos poucos que se opõem publicamente a esta opressão, nos tribunais, na TV e na ONU. Um ano depois do início das filmagens do documentário, Kato é assassinado em casa. O filme é um tributo ao seu legado e à continuidade da luta pelos direitos dos gays no mundo todo.

Call Me Kuchu

10. Favela Gay , de Rodrigo Fella – 2014.

Temas como homofobia, preconceito, trabalho e aceitação da familia, a partir da perspectiva de gays e lésbicas, que contam seus cotidianos dentro das comunidades cariocas. Um retrato de como, apesar das adversidades, essas pessoas constroem suas próprias histórias através da educação, da arte e da política.

Favela Gay

11. TupiniQueens , de João Monteiro – 2015.

O documentário acompanha a vida de dezenas de drag queens em São Paulo, como Malonna Queenie, Glória Groove e Márcia Pantera, além de convidadas internacionais como Adore Delano e Latrice Royale. Cada uma delas explica as motivações para criar uma drag, detalhando o processo criativo e o gesto político decorrente da presença das drags na noite paulistana.

Tupini Queens

12. Um Deslize Perigoso (Dope), de Rick Famuyiwa – 2015.

Malcolm é um nerd brilhante obcecado por hip hop dos anos 90 e que toca em uma banda punk . Enquanto se desdobra nas admissões das faculdades, entrevistas acadêmicas e provas de conhecimento, ele observa a sua vida se transformar quando substâncias ilegais são escondidas na sua mochila em uma boate, Ele fará então o impossível para conquistar seus sonhos: entrar na universidade de Harvard, aproximar-se da sua paixão Nakia e trocar por seu dinheiro sua fortuna em bitcoins.

Dope

13. Kiki, de Sara Jordeno  – 2016.

25 anos depois de “Paris is Burning”, mergulhamos de volta ao feroz mundo das batalhas de voguing na cena Kiki de Nova Iorque, onde a competição entre Casas pede por liderança, exercícios meticulosos e performances afiadas. Estas duras batalhas servem também como válvula de escape na vida de vários destes jovens LGBT de cor. A nova geração do ballroom usa o lema “sobre a gente sem a gente não”. O trabalho da diretora então é mostrar pelo ponto de vista externo/interno como suas histórias emanam energia e vida na representação de uma comunidade marginalizada que exige visibilidade e poder político real.

kiki

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