O ex-Pantera Negra Mumia Abu-Jamal traz algumas das músicas que narram o atual contexto racial e social dos Estados Unidos. O ativista reúne nomes como T.I., Nas, Raye, Uncle Murda, Maino, Jay Watts, Commons e John Legend.
Texto / Mumia Abu-Jamal
Tradução / Spensy Pimentel
Imagem / Vinicius Martins
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Faz algumas semanas, um estudante de música me perguntou sobre o movimento de resistência que tem crescido após a vitória eleitoral de Trump. Disse a ele que eu sabia que isso iria certamente florescer, devido às reflexões musicais que mostram o que está no coração do povo.
Desde os fogos em Ferguson, temos visto uma explosão de expressões artísticas e musicais, especialmente no mundo do rap. A canção “War Zone” (Zona de guerra”, do rapper sulista T.I., com seu refrão “mãos ao alto, não posso respirar” (“Hands up, Can’t breathe”) se refere aos assassinatos naquela igreja em Charleston, a Alton Sterling, a Philando Castille e a muitos mais.
O rapper Nas, de Nova York, acompanhado por Raye, canta “War,” de “Nascimento de uma nação”, filme recente sobre a rebelião de escravos liderada por Nat Turner no século XIX.
Segundo a letra, a canção é uma declaração de guerra.
A canção “Hands up” (Mãos ao alto), de Uncle Murda, com Maino e Jay Watts, é um desesperado chamado à vingança contra a repressão policial e a resistência contra o encarceramento em massa da América Negra.
Talvez a canção mais conhecida seja o tema musical do filme Selma, cantada por John Legend com o rap de Common, de Chicago. “Glory” é uma majestosa obra de arte musical que relaciona o terror e a brutalidade policial contra o direito de votar em Selma com as mais recentes lutas em Ferguson, Missouri.
A música surge dos movimentos sociais, dando vida, energia e inspiração às lutas que vêm.
Desde a nação encarcerada, sou Mumia Abu-Jamal.