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Acidente no Museu Nacional queima acervo africano e afro-brasileiro

3 de setembro de 2018

As perdas ainda estão sendo contabilizadas pela Defesa Civil, mas entre as peças extinguidas pelas chamas está também Luzia, o fóssil humano mais antigo registrado na história brasileira

Texto / Thalyta Martins
Imagem / Divulgação

O Museu Nacional fundado em 1818 por Dom João XVI foi atingido por incêndio por volta das 18 horas da noite de ontem, 2 de setembro de 2018. As chamas destruíram peças raras que contavam a história de muitos povos e espécies em três andares. Calcula-se que mais de 20 milhões de itens estavam no local. O espaço abrigava também seis cursos de pós-graduação, entre eles os de Antropologia Social, Arqueologia e Zoologia.

A primeira instituição científica do país é vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que também vinha sofrendo com descaso das autoridades públicas, materializado, principalmente, na falta de repasse de verbas para manutenção. O Museu também abrigava seis cursos de pós-graduação, entre eles os de Antropologia Social, Arqueologia e Zoologia.

Em entrevista à Uol, o pesquisador Departamento de Vertebrados do Museu Nacional, da UFRJ, Paulo Buckup, que arrombou portas do museu para tentar salvar materiais raros, afirmou que os bombeiros não puderam combater as chamas pois não tinham água, escadas ou equipamentos.

O museu está localizado na Quinta da Boa Vista, Zona Norte do Rio próximo à estações de trem. Testemunhos nas redes sociais mostram que o espaço era visitado por todas as classes sociais.

Primeiro fóssil humano e acervo africano

Entre as peças que o Museu tinha posse, estava o primeiro fóssil humano de 12.500 a 13 mil anos atrás. Luzia, como foi batizada, foi encontrada nos anos 70 em uma gruta em Lagoa Santa, cidade mineira. Supõe-se que Luzia tinha cabelos crespos e traços negróides.

O museu abrigava também a Exposição Kumbukumbu, que apresentava objetos foram “trazidos de diferentes partes do continente entre 1810 e 1940, acrescidos de outros que pertenceram ou foram produzidos por africanos ou seus descendentes no Brasil entre 1880 e 1950. Além da beleza e do significado antropológico das peças, a coleção tem importância histórica por ter um dos acervos africanos mais antigos no Brasil.”, diz o site do Museu.

Trono de Daomé é outra peça do acervo. Daomé foi um rei africano de Adandozan (1718-1818).

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