Autora de “Percursos Estéticos”, sobre o Teatro do Oprimido, Bárbara Santos tem como objetivo aproximar teoria e prática sobre o método, sobre o qual ela desenvolveu adaptação para mulheres negras e latinas
Texto / Amauri Eugênio Jr.
Imagem / Divulgação
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A socióloga Bárbara Santos lança na próxima segunda-feira (16) a obra “Percursos Estéticos”, sobre a estética do Teatro do Oprimido. A artista, que é a primeira mulher negra a publicar um livro teórico sobre o método teatral, trabalhou por duas décadas com Augusto Boal, criador do movimento, morto em 2009.
A obra atual é uma extensão de “Teatro do Oprimido, Raízes e Asas: Uma Teoria da Práxis”, que retrata o método até o surgimento da teoria teatral. Na obra, a autora apresenta abordagens sobre o método teatral como veículo de comunicação e arte marcial, além de abordar processos investigativos relacionados à estética do movimento, desenvolvidos após a morte de Boal – além do vínculo artístico com ele, a obra retrata também a trilha de processo de autonomia.
“Este segundo livro faz análise da história recente do Teatro do Oprimido, especialmente a partir de 2009, após a morte de Augusto Boal. Os percursos criativos foram impulsionados pela necessidade de avanço e desenvolvimento do método”, explica Bárbara, sobre os principais aspectos do livro.
“Como consequência destes percursos estéticos, criamos um conjunto original de exercícios, jogos e técnicas – imagem; som/ritmo; palavra -, que alterou significativamente nossas produções artísticas e os processos de formação que oferecemos”, ressalta.
Na obra, Bárbara reúne contos, poemas e exercícios desenvolvidos ao longo de quase uma década na qual ela realizou pesquisas e dirigiu apresentações de grupos teatrais formados por mulheres negras, latinas e imigrantes radicadas na Alemanha.
Trajetória
Bárbara Santos é também diretora do espaço Kuringa, voltado à prática do Teatro do Oprimido em Berlim, Alemanha, onde ela mora atualmente. O local pertence ao grupo Madalena-Berlin e à Companhia Teatral Together International, que consiste em cooperação entre organizações de sete países europeus.
Além disso, ela é difusora do Teatro das Oprimidas, cuja estética retrata e critica a opressão enfrentada no cotidiano por mulheres; diretora artística da Rede Ma(g)dalena, composta por grupos europeus, africanos e latino-americanos feministas; fundadora e diretora artística de rede teatral com engajamento político formado por mulheres negras.
O lançamento
Publicado pela Padê Editorial, “Percursos Estéticos” será lançado em São Paulo na segunda-feira (16), das 19h30 às 22h, na Livraria Suburbano Convicto (rua 13 de maio, 70, Bixiga). A entrada é gratuita. Interessados poderão conferir o evento criado no Facebook.
Após a etapa paulistana, a obra será lançada também em Belo Horizonte (dia 28) e em Salvador (de 30 de julho a 1º de agosto).