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Artistas brasileiras lançam campanha para irem à Nigéria

16 de julho de 2018

Amália Coelho e Dayane Gomes estarão entre os dias 19 e 30 de agosto deste ano realizando a performance “Iporí”, que fala sobre diáspora e racismo ambiental, no festival Osun-Osogbo Sacred Grove, na Nigéria e precisam de ajuda para arcar com os custos

Texto / Divulgação
Imagem / Divulgação

Amália Coelho e Dayane Gomes são duas artistas negras e brasileiras que, em conjunto, idealizaram e construíram a performance Ìporì, trabalho que investiga as continuidades cosmogônicas africanas no Brasil por meio da água e da relação que existe entre o corpo da mulher negra, como receptáculo simbólico do projeto diáspórico, e pensa também a importância desse elemento para as comunidades tradicionais negras.

De acordo com as artistas, a performance Ìporì nasceu após o desastre ambiental em Mariana. Este crime se soma a muitos outros vividos diariamente pelas comunidades ribeirinhas.

O trabalho parte do problema do racismo ambiental que se relaciona com a própria trajetória de vida da idealizadora Amália Coelho. Nascida no quilombo Arraial dos Crioulos na Bacia do Rio Jequitinhonha em Araçuaí em Minas, mudou-se ainda cedo para Belo Horizonte onde cursou Antropologia, presenciou e investigou casos críticos de expropriação dos povos negros no território Latino Americano frente à expansão da agricultura intensiva, empreendimentos minerários e barrageiros.

Águas do Brasil para a Nigéria

Usando a “quartinha”, recipiente-signo religioso nos assentamento de orixá no candomblé brasileiro que simboliza a vida e carrega a água, a artista cria uma relação entre o seu corpo e a deusa yoruba Oxum. Carregando as águas do Brasil nesse recipiente, ela entrega à deusa africana e re-liga simbolicamente as vidas que se relacionam com a força das águas e internacionalizando a reflexão sobre o manejo das águas, essenciais para a autonomia, saúde e prosperidade dos povos e comunidades tradicionais.

 

A água é essencial à vida e a cultura e está sendo destituída dos povos negros e indígenas no Brasil, por processos de apropriação de terras, controle das nascentes por grandes empresas, mineração, barragens, entre outras.

As artistas vão apresentar o trabalho no Osun-Osogbo Sacred Grove Festival, realizado anualmente na cidade de Osogobo, Nigéria.

Conceito Ìpòri

Ìpòri na cosmologia Yorubá, é um dos elementos da alma, simboliza a energia ancestral ligada a nossa cabeça (Orí), ao nosso ancestral (Eledá) e nosso destino (Odu).

É um conceito que une os homens em uma cadeia global. As artistas relacionam a água como elemento na sua ligação com a placenta, a vida, a fertilidade, a ancestralidade, à travessia atlântica e à diáspora.

Como ajudar?

A performance conta com o apoio do Yoruba Institute for Art and Culture e do edital Circula Minas no Brasil, que vai arcar com a passagem de ida de uma pessoa para a Nigéria. No entanto, as artistas ainda precisam de ajuda para outros gastos na realização da performance.

Para ajudar basta acessar o link da vaquinha, escolher o valor e a forma de pagamento. Até o fechamento desta matéria, 2% da meta de 20 mil reais foi atingido.

O dinheiro arrecadado vai ser utilizado para custear os vistos, a hospedagem, a alimentação e transporte, despesas com mídias de armazenamento (cds, dvds, drivers), materiais impressos e eventos de lançamento. Também para trazer prêmios para quem colaborar na vaquinha.

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